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Cate Blanchett revela que já teve relações com várias mulheres

A atriz australiana conta que viveu “muitas vezes” histórias com pessoas do mesmo sexo

A atriz Cate Blanchett.
A atriz Cate Blanchett.GABRIEL BOUYS (AFP)

Cate Blanchett teve relações com mulheres “muitas vezes”, segundo confessou a atriz em uma entrevista à edição australiana da revista Variety. A atriz, que está há 18 anos casada com Andrew Upton, recusou ser rotulada como lésbica ou bissexual e não quis dar mais detalhes sobre a questão. “Nunca pensei sobre isso”, disse. Blanchett concedeu a entrevista à Variety como parte da promoção de Carol, um filme que protagoniza ao lado de Rooney Mara e que é dirigido por Todd Haynes. O filme é uma adaptação do romance O Preço do Sal, de Patricia Highsmith, e conta a história de duas mulheres que se apaixonam. A atriz, casada com Upton, é mãe de três meninos e uma menina, Edith, adotada pelo casal no começo do ano.

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Talvez por essa razão as declarações de Blanchett tenham sido recebidas com certo ceticismo na Austrália, onde a colunista do Herald Sun, Susie O’Brien, escreveu: “Parece estranho que essa questão não tenha surgido antes. Está casada há 18 anos e nunca sugeriu que era lésbica, ou talvez bissexual, quando era mais jovem. Também parece estranho Blanchett ter dado essa informação e depois recuado quando lhe pediram mais detalhes”. O filme inclui uma cena de sexo entre as protagonistas em um hotel, embora Blanchett tenha avisado que “não se trata de um Azul é a Cor Mais Quente, esta não é a ambição do filme”.

Para preparar sua personagem, Blanchett estudou a fundo a obra original, que Highsmith escreveu sob um pseudônimo. “A forma como Highsmith escreve dá uma atenção refinada aos detalhes que passaria despercebida para muitas pessoas, mas não aos olhos de um amante”, afirmou, acrescentando que a equipe de filmagem falou muito sobre zonas erógenas e acabou concentrando-se em partes do corpo como pulsos, pescoço ou tornozelos.

A atriz australiana Cate Blanchett.
A atriz australiana Cate Blanchett.ANDREA MEROLA (EFE)

Recentemente, em uma entrevista ao EL PAÍS, a atriz falou sobre a vaidade: “Em minha casa não há espelhos, exceto no chuveiro, onde você pode se olhar de todos os ângulos. E isso é bom, porque assim os banhos são mais curtos, algo muito bom e não estou falando apenas para o meio ambiente”, confessa a atriz, muito preocupada com a preservação ambiental.

Sobre os filhos, disse que desejava ter uma filha em casa. “Os meninos podem ser uns diabos”, comenta sobre sua prole. “Mas são muito divertidos. Me fazem rir constantemente. Agora estamos nessa fase de que tudo o que faço, tudo o que digo, os deixa envergonhados. Outro dia estávamos dirigindo e começamos a cantar pela estrada, até que me disseram para que me calasse porque alguém podia ouvir”, conta.

Cate Blanchett, na Bienal de Veneza.
Cate Blanchett, na Bienal de Veneza.Pretaflash (Getty Images)

Blanchett, uma ferrenha defensora da igualdade de gênero no mundo do cinema, destacou que projetos como Carol confirmam que começa a haver lugar para filmes com personagens femininos fortes. “Temos que continuar fazendo pressão”, disse. “Que setor tem igualdade de salários para as mulheres? Nenhum.” A atriz de 45 anos acrescentou que a predominância de homens como protagonistas nos filmes é um mau negócio que “não serve ao público”.

A australiana destacou as dificuldades que filmes como Carol enfrentam para alcançar as telas de cinema: “Há muita gente com a ideia de que as pessoas não querem vê-las, o que não é verdade”, declarou.

Carol é uma produção independente filmada em Cincinatti, Estados Unidos, em abril de 2014 e ambientada na Nova York dos anos cinquenta. Segundo a Variety, o filme pode render à Blanchett sua sétima indicação ao Oscar, “mas se fracassar poderia ser interpretado como outro exemplo de maldição das histórias de amor gay”.

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