Indonésia confirma execução de segundo brasileiro no ano
Rodrigo Gularte foi preso em 2004 quando chegou a Jacarta com 6 quilos de cocaína
A indonésia confirmou a execução de um segundo brasileiro neste ano. Após o fuzilamento de Marco Archer, em janeiro, como consequência de condenação por tráfico de drogas, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, que foi condenado pelo mesmo crime em 2005, terá o mesmo destino, informaram as autoridades indonésias à família do brasileiro, segundo a BBC Brasil. Junto com Gularte, há outros nove condenados à morte, como a filipina Mary Jane Veloso e cidadãos da França, Austrália e Nigéria.
A data das execuções não foi anunciada, mas a lei indonésia prevê que os presos sejam informados com pelo menos 72 horas de antecedência sobre a decisão — o que significa que os fuzilamentos poderão ocorrer a partir da próxima terça-feira. Um diplomata ouvido pela BBC disseram que o paranaense reagiu com "surpresa"e um discurso "delirante"ao ser avisado da sua execução. "Ele fez uma série de declarações desconexas, estava totalmente disperso, com um discurso aproximando-se do delirante. Ficou evidente o grau de desconexão com a realidade", explicou o encarregado de negócios do Brasil em Jacarta, Leonardo Carvalho Monteiro.
A Indonésia rejeitou em janeiro um pedido de clemência a Gularte apresentado pelo Governo brasileiro, e a mãe do condenado, Clarisse Muxfeldt Gularte, informou que pediria ao papa Francisco para intervir na questão. À época da rejeição do pedido de clemência, as Nações Unidas também apelaram para que o país asiático suspendesse as execuções de pessoas condenadas por tráfico e fizesse uma "revisão completa" de todos os pedidos de clemência na direção da comutação das penas. A defesa do brasileiro ainda acreditava que o presidente da Indonésia, Joko Widodo, pudesse reconsiderar a decisão por razões médicas. O advogado Utomo Karim, que representa Gularte, alegou que ele sofre de esquizofrenia para tentar barrar a execução, mas não parece ter comovido a Justiça indonésia.
Segundo a BBC Brasil, Ricky Gunawan, que também representa Gularte, entrará com recurso na segunda-feira para tentar reverter a decisão. "Condenamos fortemente esta decisão. Isto prova que o sistema legal indonésio não protege os direitos humanos. O fato de que um prisioneiro com uma doença mental possa ser executado é mais do que um absurdo", disse o advogado.
Crise diplomática
A execução de outro brasileiro, Marco Archer, em janeiro, gerou uma crise diplomática entre Brasil e Indonésia. Em fevereiro, a presidenta Dilma Rousseff recusou a carta credencial do novo embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto, que compareceu ao Palácio do Planalto para repassar o documento ao Governo brasileiro, assim como os novos embaixadores da Venezuela, de El Salvador, do Panamá, do Senegal e da Grécia.
“Achamos que é importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento de credenciais, nada mais que isso”, explicou Dilma em entrevista após a cerimônia.
Em meio às tensões, o Governo da Indonésia pediu respeito a suas leis. "Podemos entender a reação do mundo e dos países que têm cidadãos que foram executados. No entanto, cada país deve respeitar as leis que se aplicam em nosso país", disse o procurador-geral da Indonésia, Muhammad Prasetyo.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.