NASA acredita que encontrará vida extraterrestre em menos de dez anos
“Em nosso horizonte de vida, podemos muito bem finalmente responder se estamos sozinhos no Sistema Solar”, disse a cientista-chefe da agência, Ellen Stofan

Conforme as missões da NASA exploram o Sistema Solar e procuram novos mundos, a agência espacial norte-americana chega mais perto de encontrar vida fora do nosso planeta. E tem certeza de encontrá-la em menos de uma década.
“As atividades da NASA permitiram uma onda de descobertas espantosas relacionadas à água nos últimos anos, as quais nos inspiram a continuar pesquisando as origens e as fascinantes possibilidades de outros mundos e a vida no Universo”, disse na quarta-feira Ellen Stofan, cientista-chefe da agência. “Em nosso horizonte de vida, podemos muito bem finalmente responder se estamos sozinhos no Sistema Solar e além.”
“Acredito que teremos fortes indícios de vida fora da Terra dentro de uma década, e creio que teremos provas definitivas dentro de 20 ou 30 anos. Sabemos onde procurar e sabemos como procurar”, afirmou Stofan durante entrevista na NASA.
Os elementos químicos da água, hidrogênio e oxigênio, estão entre os elementos mais abundantes no Universo. Existem diversos planetas nos quais se acredita que haja água líquida sob a superfície, e são em quantidade ainda maior os que têm água em forma de gelo ou vapor. A água é encontrada nos corpos primitivos como os cometas e os asteroides, e em planetas anões, como Ceres. Acredita-se que a atmosfera e o interior dos quatro planetas gigantes – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno – contenham enormes quantidades dessa substância, e que suas luas e anéis tenham gelo.
John Grunsfeld, um dos líderes da missão científica da NASA, compartilhou na quarta-feira do otimismo de Stofan: “Creio que estamos a apenas uma geração [de encontrar vida], seja em uma lua gelada ou em Marte”. “A Via Láctea é um lugar encharcado”, assegurou Paul Hertz, diretor da divisão de astrofísica da NASA.
Talvez os mundos com água mais surpreendentes sejam as cinco luas geladas de Júpiter e Saturno que mostram forte evidência de oceanos sob suas superfícies: Ganimedes, Europa e Calisto, de Júpiter, e Encélado e Titã, de Saturno.
Os cientistas que usam o telescópio espacial Hubble, da NASA, revelaram recentemente fortes evidências de que Ganimedes tenha um oceano de água salgada, sob a superfície, provavelmente ensanduichada entre duas calotas de gelo. Supõe-se que Europa e Encélado tenham oceanos de água líquida sob a superfície, em contato com rochas ricas em minerais, e é possível que tenham os três ingredientes necessários à vida tal como a conhecemos: água líquida, elementos químicos essenciais para os processos biológicos e fontes de energia que possam ser usadas por seres vivos.
A missão Cassini, da NASA, mostrou Encélado como um mundo ativo de gêiseres gelados. Outras missões também encontraram indícios de água nas crateras permanentemente na penumbra em Mercúrio e na Lua. Em Marte, a NASA achou provas claras de que o planeta vermelho teve água em sua superfície por muito tempo no passado distante. O robô de exploração Curiosity encontrou um antigo leito de rio existente em ambiente com condições favoráveis à vida como a conhecemos.
A missão Dawn, da NASA, estuda Ceres, que é o maior corpo do cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter. Os pesquisadores acham que Ceres pode ter composição rica em água, tal como alguns dos corpos que trouxeram água aos planetas rochosos, inclusive a Terra.
Com o estudo dos exoplanetas – que orbitam outras estrelas — chega-se mais perto que nunca de verificar se existem outros mundos ricos em água como o nosso. Cada estrela tem uma região habitável, ou uma faixa de distâncias ao seu redor, na qual a temperatura não é alta demais nem baixa demais para a existência de água no estado líquido.