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Warren Buffett: “Não seria tão ruim que a Grécia deixasse o euro”

Megainvestidor defende leis trabalhistas compatíveis para os países da zona do euro

Warren Buffett durante palestra no Salão do Automóvel de NY, na terça-feira.
Warren Buffett durante palestra no Salão do Automóvel de NY, na terça-feira.BRENDAN MCDERMID (REUTERS)

Warren Buffett está convicto de que, para que a zona do euro funcione bem, ela precisa ser gerida de forma adequada. Isso, na opinião do reputado megainvestidor norte-americano, obrigaria todos os membros da união monetária a respeitarem as regras. Por este motivo, o chamado Oráculo de Omaha considera que uma eventual saída da Grécia da zona do euro “não seria afinal tão ruim” para a moeda única europeia.

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Buffett fez esse comentário durante uma palestra no Salão do Automóvel de Nova York. Ele foi o astro convidado para a abertura, já que recentemente adquiriu uma importante rede de concessionárias de veículos. Além disso, tem capital investido na General Motors, que nesta edição do evento apresenta novos modelos do Cadillac para competir na categoria de luxo com fabricantes europeus como BMW e Mercedes-Benz.

Durante a conversa, a moderadora lhe perguntou sobre a situação da Europa. O fundador do fundo de investimentos Berkshire Hathaway considerou que a saída da Grécia do euro “poderia ser uma boa ideia em vários sentidos, se todo mundo afinal aprender que as regras significam alguma coisa”. Além disso, recordou que não está escrito em lugar algum que a zona do euro precisará ter sempre os mesmos membros.

Buffett insistiu, no entanto, que os países do euro precisam de alguma maneira adotar legislações trabalhistas compatíveis, manter suas contas públicas alinhadas com os ditames de Bruxelas e administrar suas economias de forma a evitar desequilíbrios. Em outras palavras, todos os países devem “jogar o jogo conforme as regras” – o que, segundo ele, a Grécia não está fazendo.

Warren Buffett não é o único investidor de Wall Street que vê um futuro sem a Grécia para a zona do euro. George Soros disse, em entrevista ao jornal austríaco Der Standard, que há um terço de chances de isso acontecer. Ele também opina que os dirigentes europeus, preocupados demais com a Grécia, estão negligenciando a situação na Ucrânia.

Ainda nesta semana foi rejeitada uma nova proposta de reformas feita pelo Governo esquerdista da Grécia, pois os credores continuam achando que se trata mais de uma lista de ideias do que de medidas concretas para arrumar a situação do país. O Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia precisam dar seu aval para que Atenas continue recebendo ajuda financeira.

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