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Presos da Lava Jato serão levados para prisão que foi manicômio no passado

Grupo de 12 suspeitos deve deixar carceragem da PF nesta terça-feira

O ex-diretor da Petrobras Renato Duque, na CPI que investiga a empreiteira, no dia 17.
O ex-diretor da Petrobras Renato Duque, na CPI que investiga a empreiteira, no dia 17.Eraldo Peres (AP)

O juiz federal no Paraná Sérgio Moro atendeu a um pedido da Polícia Federal e autorizou nesta segunda-feira a transferência de 12 dos 17 suspeitos que ainda estão presos por envolvimento no escândalo da Petrobras para uma penitenciária comum. A justificativa da polícia é a falta de estrutura em suas seis celas para abrigar os presos.

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O ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o lobista Fernando Soares (o Baiano) e empreiteiros como Sergio Cunha Mendes, Gerson Almada e João Ricardo Auler, entre outros, serão levados na terça-feira da superintendência da PF de Curitiba para o Complexo Médico Penal do Paraná.

A nova morada dos investigados, ainda que temporária, fica no município de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Antigo manicômio judicial, até os anos 90, o complexo tem capacidade para abrigar 350 detentos. Localizado às margens da represa Iraí, os presos ficarão em uma região menos urbana do que a atual, no bairro de Santa Cândida, na capital paranaense.

Conforme o despacho de Moro, esses presos deverão ficar separados da maioria dos outros que estão nessa penitenciária. “Faço aqui um esclarecimento, não há que se presumir que os presos da Operação Lava Jato no sistema prisional estadual serão vítimas de alguma violência por parte de outros detentos. Entretanto, forçoso admitir que, pela notoriedade da investigação, há algum risco nesse sentido, o que justifica colocá-los, por cautela, em ala mais reservada”, diz o magistrado ao tentar explicar a razão de não mandar os detentos para outras prisões paranaenses, mais caóticas e superlotadas.

No mês passado, depois que o jornal Folha de S. Paulo publicou um artigo com as lamúrias dos advogados sobre as condições das celas na superintendência da PF, o juiz Moro sugeriu que, se os defensores quisessem, poderia transferir os suspeitos para presídios comuns. Como agora o fez. Na época nenhum deles quis.

Com as transferências, permanecerão nas celas da PF apenas cinco pessoas presas na Lava Jato: o doleiro acusado de ser operador do esquema, Alberto Youssef, o empreiteiro da UTC suspeito de chefiar o cartel das empresas, Ricardo Ribeiro Pessoa, os diretores da Camargo Correa Dalton dos Santos Avancini e Eduardo Hermelino Leite, além do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. No caso deste, conforme o juiz, sua permanência se deve a ele estar passando por tratamento psicológico na carceragem da polícia.

Os presos da Lava Jato

Operação já deteve mais de 40 pessoas. Atualmente 17 seguem presas.

As que serão transferidas:

Adir Assad – lobista

Agenor Franklin Magalhães Medeiros – OAS

Erton Medeiros Fonseca – Galvão Engenharia

Fernando Antônio Falcão Soares – lobista do PMDB

Gerson de Mello Almada – Engevix

João Ricardo Auler – Construtora Camargo Correa

José Aldemário Pinheiro Filho – OAS

José Ricardo Nogueira Breghirolli – OAS

Mario Frederico Mendonça Goes – Rio Marine Óleo e Gás

Mateus Coutinho de Sá Oliveira – OAS

Renato Duque – ex-diretor da Petrobras

Sergio Cunha Mendes – Mendes Júnior

As que ficarão na PF:

Alberto Yossef – doleiro

Dalton dos Santos Avancini – Construtora Camargo Correa

Eduardo Hermelino Leite – Construtora Camargo Correa

Nestor Cerveró – ex-diretor da Petrobras

Ricardo Ribeiro Pessoa – UTC Engenharia

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