_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Escalada inaceitável

Putin deve renunciar a apoiar o uso da força na Ucrânia e aceitar um diálogo honesto

O presidente da Rússia, Vladimir Putin.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin.Getty Images (Konstantin Zavrazhin)

A escalada bélica apoiada pela Rússia na Ucrânia põe em muito grave risco a estabilidade em toda a Europa e deve cessar o quanto antes. Longe de caminhar para a solução, o conflito entre a minoria russa do leste da Ucrânia — respaldada ideológica e materialmente por Moscou — e o Governo de Kiev parece cada vez mais inflamado, com o perigo de as vozes mais sensatas e moderadas ficarem isoladas. O trágico bombardeio, no último fim de semana, da cidade ucraniana de Mariúpol, leal a Kiev, mas fundamental nos planos estratégicos dos rebeldes pró-russos, é bom exemplo do quão longe se está de alcançar pelo menos um cessar-fogo que permita uma saída pacífica.

Mais informações
Governo da Rússia corta gastos para enfrentar a crise econômica
Guerra na Ucrânia se agrava apesar de gestos diplomáticos
Vinte ucranianos morrem em bombardeio contra Mariupol

O presidente russo, Vladimir Putin, precisa entender que elevar as apostas de maneira irresponsável pode valer na mesa de jogo, mas não no tabuleiro das relações internacionais. Em seu caso, já o fez várias vezes, a começar pela inaceitável invasão e anexação da península da Crimeia, uma modificação unilateral e ilegítima das fronteiras da Europa. Putin se propôs empregar a força para evitar a aproximação entre Kiev e UE, preferindo considerar isso uma ameaça em vez do que verdadeiramente é: uma oportunidade econômica e de integração natural da Rússia à Europa.

O tempo corre contra o mandatário russo. As sanções econômicas impostas por Estados Unidos e UE, combinadas com a queda brusca do preço do petróleo, puseram a economia russa em graves dificuldades, ao ponto de poder enfrentar sérios problemas de liquidez em curto prazo. Essa é a melhor prova de que a estratégia adotada por Washington e Bruxelas é adequada, e que, para responder à linguagem ameaçadora e ao belicismo em terra, o mais eficaz não é entrar nesse jogo.

Por isso, é necessário manter a unidade e superar a oposição do novo Governo da Grécia à ampliação das sanções contra Moscou. Tampouco se devem escutar os cantos de sereia que pedem um apoio militar ativo à Ucrânia. O fato de o Parlamento de Kiev declarar a Rússia “Estado agressor” não deve abrir a porta a um desenvolvimento militar do conflito de incalculáveis e nefastas consequências. A Europa e os Estados Unidos devem manter a firmeza frente à atuação russa na Ucrânia. E Putin deve renunciar à intimidação como tática.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_