Data e fraca inserção internacional afastam chefes de Estado da posse
Já a militância não se importa de passar a virada em ônibus para apoiar a presidenta
A cada quatro anos, funcionários da Itamaraty enfrentam a mesma dificuldade: confirmar a presença de chefes de Estado para as posses presidenciais no Brasil numa data tão peculiar. A cerimônia no dia primeiro do ano seria um dos fatores que explicam a baixa presença de líderes de peso. China e Rússia, por exemplo, parceiros no bloco BRICS, mandaram, respectivamente, o vice-presidente chinês, Lin Yuanchao, e o vice-presidente do Conselho da Assembleia Federal russa, Alexander Torshin. Já os EUA se fizeram representar pelo vice Joe Biden.
No mais, Dilma contará hoje com a presença de fieis aliados, como Evo Morales, presidente da Bolívia, Michele Bachelet, mandatária chilena, Horácio Cartes, do Paraguai, José Mujica, do Uruguai, e o presidente uruguaio eleito, Tabaré Vasquez, além do polêmico Nicolás Maduro, da Venezuela. Colômbia, Argentina, Peru e Cuba, entre outros, enviaram seus vices. Cristina Kirchner não veio, embora Dilma tenha ido a Buenos Aires durante a sua posse, em 2011. O México, por outro lado, mandou o chanceler José Antonio Meade. A Europa, uma vez mais, mandou poucos representantes de peso, restringindo-se a embaixadores, como no caso do Reino Unido e a Alemanha. Ao todos, são 60 países representados.
A posse no primeiro dia do ano foi estabelecida pela Constituição promulgada em 1988. Entre 1889 e 1930 os presidentes eleitos assumiam no dia 15 de março. Fernando Collor de Mello, que assumiu em 1990 como primeiro presidente eleito diretamente depois da redemocratização, ainda chegou a assumir nessa data, antes que a medida constitucional passasse a valer em definitivo.
A data ingrata é uma explicação, mas a lista de convidados reflete também a pouca inserção do Brasil na diplomacia internacional, uma área que precisa ser reforçada com urgência, num momento em que o país busca saída para ativar a economia e o comércio internacional.
O contraste a essa presença mais minguada de autoridades é dada pela militância do PT que, nas estimativas do partido, vem em cerca de 30.000 de todos os Estados para prestigiar a posse da presidenta, a maioria com apoio do próprio partido que aluga ônibus para que eles possam aumentar o público presente e firmar presença cobrando um governo que atenda aos princípios da legenda. “Estamos aqui para apoiá-la e contando com mais mudanças”, diz Viviane Carvalho, do Estado do Tocantins, que chegou ontem a Brasília por volta das dez da noite, depois de 14 horas de viagem de ônibus. Como ela, muitos vieram de várias regiões e alguns inclusive passaram a virada do ano em trânsito.
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