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Baixa do petróleo faz moeda russa ter a maior desvalorização desde 1999

Rublo chega a cair mais de 8% em relação ao dólar

Pilar Bonet
Pedestres passam sob o letreiro luminoso de uma casa de câmbio em Moscou.
Pedestres passam sob o letreiro luminoso de uma casa de câmbio em Moscou.V. M. (AFP)

O rublo continuou a perder valor nesta segunda-feira, refletindo a queda no preço do petróleo. A divisa russa chegou a sofrer sua maior queda com relação ao dólar desde janeiro de 1999, registrando desvalorização de 8% em relação ao início da jornada – embora a perda tenha se moderado para 4,4% no fim do dia. A moeda norte-americana, que na sexta-feira havia superado pela primeira vez a marca dos 50 rublos, continuou se valorizando na abertura dos mercados na segunda-feira, chegando a ser cotado a 53,20 rublos por unidade.

No final do dia, a moeda russa recuperou um pouco de terreno, e cada dólar era vendido a 51,60 rublos. Paralelamente, o euro, que na sexta-feira era cotado a 61,41 rublos, disparou para 66,40 rublos, mas acabou fechando em 64,50.

Enquanto isso, um grupo de deputados da Duma Estatal (Câmara Baixa do Parlamento russo) solicitou à Procuradoria do Estado que investigue o papel do Banco Central no mercado cambial. O legislador Yevgueni Fedorov disse ao serviço noticioso RBS que, na sua opinião, o Banco Central está descumprindo sua obrigação constitucional de manter a estabilidade do rublo. Em 10 de novembro, o Banco Central anunciou que renunciaria a intervir no mercado para sustentar a cotação do rublo. No entanto, a entidade reguladora não descartou a hipótese de intervir caso haja ameaças à estabilidade financeira. Para evitar especulação, o Banco Central não revelou a magnitude dos quatro parâmetros fixados para avaliar a necessidade de agir.

No primeiro dia deste ano 2014, o dólar era cotado a 32,64 rublos, e o euro valia 45,05. Mas, devido a diversos fatores, principalmente a queda no preço do petróleo, a moeda russa atingiu o seu menor valor histórico. A desvalorização do petróleo se acentuou depois que os países da OPEP decidiram, numa reunião em 27 de novembro, não reduzir suas cotas de produção, de modo a continuar despejando 30 milhões de barris por dia no mercado. Devido à sua interferência na Ucrânia, a Rússia enfrenta também sanções ocidentais e uma deterioração do ambiente de investimentos.

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A vice-presidenta do Banco Central da Rússia, Ksenia Yudaieva, previu na segunda-feira que os preços do petróleo bruto continuarão caindo, mas observou que o BC tem planos de contingência baseados num preço médio de até 60 dólares por barril do petróleo para o período de 2015 a 2017. O orçamento governamental russo foi elaborado levando-se em conta a cotação de 93 dólares por barril, segundo a funcionária.

Como o rublo se desvalorizou 40% frente ao dólar e entre 20% e 30% com relação ao euro, Yudaieva prognosticou um aumento da inflação “a um nível em que não estávamos acostumados nos últimos tempos”. Inicialmente, calculava-se que a inflação na Rússia alcançaria 5% em 2014, mas esse prognóstico foi corrigido pelo Banco Central para 9%. Yudaieva calcula que a cifra real se aproximará de 10%. A desvalorização do rublo não se reflete automaticamente sobre os preços, já que a Rússia, em parte devido às sanções internacionais e às contrassanções impostas pelo próprio Kremlin às importações ocidentais, está substituindo muitas mercadorias antes importadas por produtos nacionais. Desde meados do ano, o petróleo já perdeu mais de 30% do seu valor.

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