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Petróleo cai para menos de 80 dólares pela primeira vez em quatro anos

A resistência da OPEP a reduzir a produção leva o barril de Brent a cair para US$ 79,84

Instalação petrolífera da empresa saudita Aramco.
Instalação petrolífera da empresa saudita Aramco.

O preço do petróleo Brent, a referência na Europa, caiu na manhã desta quinta-feira para menos de 80 dólares (cerca de 200 reais), chegando a 79,84 dólares, pela primeira vez em quatro anos, quebrando outra resistência à queda dentro da tendência que vem puxando o preço do petróleo cru para baixo nos últimos meses. Apenas seis meses atrás, o preço do barril era de cerca de 115 dólares (287 reais).

Venezuela, Líbia e Equador cobram da OPEP medidas para evitar mais quedas nos preços

A queda vertiginosa do “ouro negro” se mantém enquanto a OPEP, a organização de países exportadores de petróleo, resiste a reduzir a produção, o que puxaria os preços para cima.

A derrubada do preço registrada nesta quinta-feira, que deixa o barril com o custo mais baixo desde setembro de 2010, se dá num contexto de riscos geo-estratégicos. Estes geralmente levam o preço do óleo cru a disparar, mas o aumento da produção nos Estados Unidos por meio do fracking – a técnica de fratura hidráulica para extrair gás e petróleo do subsolo – modificou essa relação.

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A OPEP vai se reunir em Viena em 27 de novembro para analisar as próximas ações. Venezuela, Líbia e Equador pediram que sejam adotadas medidas para evitar mais quedas nos preços. “Parece haver uma divergência de opiniões. Há quem diga que os sauditas vão acordar uma redução da produção, mas eu diria que as coisas não estão indo nesse rumo”, disse à Bloomberg Michael McCarthy, estrategista da CMC Markets em Sydney.

Mesmo assim, a Agência Internacional de Energia (AIE) advertiu nesta quarta-feira que a oferta de petróleo vai diminuir no futuro, não obstante o boom norte-americano, e que a demanda em 2040 será 15% mais alta que em 2013. Concretamente, a AIE calcula que seriam necessários investimentos de 721,5 bilhões de euros por ano (2,3 trilhões de reais) para elevar a produção e satisfazer a demanda por petróleo e gás em 2040. Para a agência, é pouco provável que esse investimento se concretize.

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