Banco Mundial cifra o impacto do ebola em 32,6 bilhões de dólares
A instituição adverte sobre consequências catastróficas na África Ocidental se o vírus não for contido
O Banco Mundial revisou sua estimativa sobre o impacto econômico do ebola, quando a epidemia já fez 3.439 vítimas fatais na Guiné, Libéria e Serra Leoa. A cifra que fornece agora é de 32,6 bilhões de dólares (cerca de 77,7 bilhões de reais) no fim de 2015. Para fazer o cálculo, o organismo dá como fato consumado que a crise afetará os países vizinhos.
A instituição que dá apoio ao mundo em desenvolvimento joga a toalha ao admitir que não será possível conter a propagação da doença antes do fim do ano. As Nações Unidas, por seu lado, consideram que é inevitável que a epidemia atinja outros países da região da África Ocidental. Por isso o custo econômico do ebola cresce de maneira significativa.
A incerteza sobre a rota e o ritmo com o que avançará a epidemia é “considerável”, como afirma a instituição, que considerou dois cenários a médio prazo para chegar a essa cifra. Quanto mais tempo demorar para a epidemia ser contida, explicam, maior será o alcance do contágio pela região. Por isso, insiste que a prioridade é fazer o possível para confiná-la aos três países afetados.
No cenário mais negativo que se considera nesse momento, as perdas para a região em termos de riqueza nacional bruta seria de 25,2 bilhões em 2015, que se somariam aos 7,4 bilhões projetados para este ano. A cifra combinada é 2,5 vezes maior que o PIB dos países afetados. Se a situação for contida antes, o custo poderia ser limitado a 3,8 bilhões.
A situação econômica é tida como “muito séria” para a Libéria e Serra Leoa, onde se teme que possa chegar a ser “catastrófica” se a situação atual perdurar. O organismo insiste, paralelamente, que se ponha freio ao fator medo que está levando os países vizinhos a fechar suas fronteiras e as companhias a suspender suas atividades comerciais.
“A Comunidade Internacional deve encontrar a maneira de superar os obstáculos logísticos”, insiste o presidente do organismo, Jim Yong Kim, enquanto enfatiza que a fragilidade dos sistemas de saúde dos países ameaçados pela epidemia “são uma ameaça, não apenas para os cidadãos desses países, mas para todo o mundo”. O custo da inação será “massivo”, prognostica.
O estudo de impacto do ebola foi publicado um dia depois de o Banco Mundial apresentar suas previsões para o conjunto das economias da África. Projeta uma expansão de 5,2% no continente em 2015 e 2016, o que significa um aumento de seis décimos em relação a 2014. Mas, como indicam os economistas, tudo dependerá de como a doença avançará antes de ser contida.
Poderia ter sido evitado
O Banco Mundial dá como exemplo a Nigéria e o Senegal para demonstrar que a contenção é possível se há uma resposta decidida. O organismo também afirma que essa crise e seu impacto econômico poderiam ter sido evitados caso investimentos tivessem sido feitos para reforçar os sistemas de saúde desses países. Por isso pede para utilizar o episódio com o objetivo de melhorar o financiamento.
A instituição com sede em Washington mobilizou 400 milhões em assistência de emergência aos três países mais afetados. A ação está sendo coordenada com as Nações Unidas. O Fundo Monetário Internacional acaba de liberar 130 milhões em créditos. Christine Lagarde disse na semana passada que o ebola representa um “risco significativo” para a região e para todo o mundo.
No âmbito da reunião anual do FMI e do Banco Mundial, será realizada amanhã em Washington uma conferência em que os presidentes da Guiné, Libéria e Serra Leoa, estes dois últimos por videoconferência, analisarão junto com secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, Christine Lagarde e Jim Yong Kim, as soluções possíveis para fazer frente à crise e acelerar a resposta para pôr fim à epidemia.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.