No Rio, Pezão e Crivella se enfrentarão no segundo turno
Os dados confirmam a avaliação positiva para o atual Governo. O Exército foi usado para garantir a segurança durante as votações

Os mais de 12 milhões de eleitores do Estado do Rio do Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do Brasil atrás de São Paulo e Minas Gerais, voltarão às urnas no próximo dia 26 para escolher o novo governador.
Conforme antecipavam as pesquisas de intenção de voto, o atual ocupante do cargo, Luiz Fernando Pezão, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e afilhado político de seu antecessor Sergio Cabral, foi o candidato mais votado, com o 40,58% dos votos válidos.
Seu rival no segundo turno será Marcelo Crivella, do Partido Republicano Brasileiro (PRB), que, com 20,25% dos votos, superou por uma apertadíssima margem Anthony Garotinho, do Partido da República (PR), que recebeu 19,73% dos votos. Lindbergh Farias, do Partido dos Trabalhadores (PT), ficou definitivamente de fora, com 9,99% dos sufrágios. Os dados confirmam a avaliação positiva para o atual Governo.
A disputa eleitoral no Rio se restringe a partir de agora a dois candidatos que pareciam destinados a se cruzarem no duelo final. Pezão encarna a continuidade da gestão de Cabral que, com suas luzes e sombras, marcou um período de prosperidade na cidade mais turística do Brasil. O senador Crivella, com sua cuidada imagem de conciliador e moderado, colheu boa parte de seus votos no interior e na periferia do Rio, onde sua condição de pastor evangélico surtiu o efeito procurado por sua equipe de campanha.
Garotinho, por sua vez, era um rosto bem conhecido no Estado, pois em seu mandato como governador (1999-2002) colheu adesões, mas sobretudo grande antipatia no eleitorado de classe média e alta, que o tacha de populista e o acusa de se ajoelhar diante os interesses das influentes igrejas evangélicas, sendo ele próprio seguidor desses cultos. Tudo aponta que seu passado acabou lhe passando a fatura.
As projeções de um segundo turno entre Pezão e Crivella elaboradas pelo Datafolha e o Ibope indicam um empate técnico e devem confirmar que o senador é o único candidato que pode fazer frente ao atual Governador.
No Estado do Rio, Dilma Rousseff também foi a mais votada candidata à presidência da República, com 35,762 % dos votos. Em segundo lugar ficou Marina Silva, com 31,06% dos sufrágios, seguida por Aécio Neves (26,92%). Entretanto, na capital do Estado, Marina venceu (31,13%), superando Aécio (30,95%) e Dilma (29,81%).
A jornada eleitoral transcorreu com normalidade, embora em Niterói o encerramento da votação tinha sido adiado em mais de duas horas por problemas com as urnas biométricas e tenha sido necessário recorrer ao Exército para garantir a segurança durante as votações.
Os centros de votação instalados no complexo de favelas da Maré, ocupado há meses pelo Exército para tentar extirpar a renitente presença de grupos de narcotraficantes, receberam a vigilância de 3.000 fuzileiros navais e efetivos do Exército terrestre para garantir o direito ao sufrágio livre. Dias antes da votação, difundiu-se o temor de que nessa e em outras favelas as facções criminosas e as milícias poderiam coagir a população a votar em determinado candidato. Carros blindados e tropas fortemente armadas mantiveram barreiras de controle em vários pontos do complexo, onde veículos eram aleatoriamente revistados.