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Barcelona separa mais 27 milhões de reais para cuidar do ‘caso Neymar’

O pai do jogador brasileiro contradisse a declaração do ex-presidente Rosell

O pai de Neymar, na Audiencia Nacional.Foto: atlas | Vídeo: ÁLVARO GARCÍA / ATLAS
Fernando J. Pérez

O pai e representante do atacante do FC Barcelona Neymar declarou, diante do juiz da Audiência Nacional Pablo Ruz, que o Real Madrid ofereceu 150 milhões de euros (470 milhões de reais) pelo seu filho ao Santos, clube de procedência do jogador, mas que seu filho preferiu assinar com o Barça. Uma fonte presente no interrogatório de Neymar da Silva Santos assegurou que ele defendeu a idoneidade dos contratos feitos pelo Barcelona com ele e seu filho, entre eles o que lhe paga dois milhões de euros (6,2 milhões de reais) para trabalhar como olheiro no Brasil, ações que, segundo ele, permitiram a contratação de três jogadores pelo clube catalão por 7,9 milhões de euros (24,7 milhões de reais). O mais caro deles, Victor Andrade, custou 3,2 milhões de euros (10 milhões de reais) e foi repassado sem custo algum para o Benfica.

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O depoimento do progenitor do jogador ressaltou, segundo fontes jurídicas, duas contradições do ex-presidente culé, Sandro Rosell, intimado em 22 de junho. A primeira foi negar a existência de um escritório para seu negócio Neymar&Neymar em Barcelona, mencionado por Rosell em sua declaração. A segunda foi sobre a decisão de adiantar 10 milhões de euros (31,3 milhões de reais) para conseguir a contratação do jogador. Rosell contou que foi o falecido treinador Tito Vilanova quem o pediu para assegurar o contrato, enquanto o pai de Neymar disse ter sido o Santos, na realidade, clube de procedência do jogador, quem pediu para adiantar a operação para ser beneficiado antes do atacante ficar com o passe livre.

O FC Barcelona reservou em seu orçamento para esse ano mais 8,8 milhões de euros (27 milhões de reais) para remediar possíveis responsabilidades e sanções derivadas do caso Neymar, sobre a suposta fraude fiscal na contratação do jogador brasileiro. Este montante soma-se aos 13,5 milhões de euros (42.3 milhões de reais) que o clube azul-grená havia reservado até agora desde o início das investigações, abertas pelo juiz da Audiência Nacional, Pablo Ruz. Assim explicou, segundo fontes jurídicas, o diretor financeiro do clube, Nestor Amela, que testemunhou na quarta-feira diante do magistrado.

Amela assegurou que leu e revisou detalhadamente todos os contratos que ligam o jogador brasileiro ao clube catalão, e lhe pareceram todos corretos, segundo fontes presentes no interrogatório. Também assegurou que não tomou conhecimento de que a consultora Deloitte alertou sobre as possíveis irregularidades na contratação do atacante nem que o Barcelona precisou pagar impostos sobre a penalização de 10 milhões de euros (31,3 milhões de reais) que precisou adiantar ao Santos, clube de procedência do jogador, pela contratação do jogador.

Ruz investiga os dez contratos que o Barcelona assinou com a empresa do pai de Neymar e o Santos para incorporá-lo ao seu plantel no começo da temporada 2013-2014. Segundo a Agência Tributária, o clube catalão deixou de pagar pelo menos 9,1 milhões de euros (28,5 milhões de reais) para a Fazenda em relação ao Imposto sobre a Renda dos Não Residentes (IRNR) e o Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF) ao não ser tributado por pagamentos no valor de 37,9 milhões de euros (118,8 milhões de reais) realizados entre 2011 e 2013.

Rosell declarou em 22 de junho para Ruz que a contratação de Neymar custou 57,1 milhões de euros (179 milhões de reais) e defendeu a legalidade da operação apesar de na época não ter lido “as letras miúdas” dos contratos, segundo explicaram fontes jurídicas. Na sexta-feira o juiz recusou a intimação do atual presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, e do vice-presidente econômico, Javier Faus, ao considerar que neste momento da investigação não existem “elementos suficientes” para que sejam investigados.

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