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Draghi diz que “ajustará suas medidas” mas exige que os Governos as cumpram

As ferramentas para impulsionar o crédito e o crescimento foram aprovadas em junho

Mario Draghi, presidente do BCE, e Janet Yellen, presidenta do Banco Central dos EUA.
Mario Draghi, presidente do BCE, e Janet Yellen, presidenta do Banco Central dos EUA.J. L. (AP)

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, mostrou-se nesta sexta-feira “confiante” sobre a eficiência das medidas que anunciou a princípios de junho para melhorar o crédito e consolidar o crescimento econômico na zona euro. Insinuou que pode haver algumas medidas extraordinárias para além das anunciadas, através de “ajustes”. No entanto, advertiu de que as políticas monetárias têm limites e só serão efetivas se os países membros fizerem a sua parte. Por isso exigiu aos Governos que cumpram suas metas.

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“Confio que o pacote de medidas que anunciamos a princípios de junho contribuirá para o impulso da demanda esperada dentro da zona do euro e estamos dispostos a ajustar ainda mais a posição de nossa política”, anunciou o italiano na reunião de banqueiros centrais celebrada em Jackson Hole, nos Estados Unidos. O discurso, que o BCE liberou depois da intervenção de Draghi, girou em torno do problema do desemprego. E centrou-se no papel básico que os diferentes sócios do euro jogam para conseguir que a débil economia europeia volte ao crescimento. “As medidas estruturais nacionais que possam abordar estes problemas já não podem ser atrasadas”, advertiu. “Esta agenda reformista abarca o mercado de trabalho, o mercado produtivo e ações para impulsionar os negócios”, lembrou o presidente do supervisor europeu.

O banqueiro central sublinhou a necessidade de tomar medidas para o mercado de trabalho, que mostra enormes divergências entre os países, o que supõe uma desvantagem que contribui para a “fragilidade” da União Europeia. Neste ponto parou para analisar algumas particularidades da Espanha ou Irlanda. Embora tenha enfatizado os maus dados do mercado trabalhista espanhol e lembrado que têm taxas de desemprego de 25%, também sublinhou que desde que foram tomadas medidas estruturais em 2012 se observam melhorias. “Há elevados custos se a coesão da União se visse ameaçada. Todos os países deveriam ter interesse em conseguir um alto nível de emprego sustentável”, lembrou.

As medidas nas quais disse confiar Draghi para fomentar o crescimento europeu são as que foram anunciadas em junho. Além de reduzir com efeito imediato as taxas de juro ao mínimo em seus 15 anos de história, beirando já o 0%, e inclusive impor uma taxa de depósito negativa para cobrar aos bancos que deixam seu dinheiro em Frankfurt, anunciou medidas para dotar de maior liquidez o sistema. Impulsionou até 400 bilhões de euros para a banca, com a condição de que empreste esse dinheiro a empresas e consumidores, entre outras medidas excepcionais.

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