_
_
_
_

Detida uma jovem que iria se juntar à jihad na fronteira do Marrocos

A jovem de 19 anos que a acompanhava é libertada sem fiança

Fernando J. Pérez
O juiz Santiago Pedraz, ao chegar à Audiência Nacional espanhola.
O juiz Santiago Pedraz, ao chegar à Audiência Nacional espanhola.Fernando Alvarado (EFE)

A menor de 14 anos detida na segunda-feira em Melilha ao tentar cruzar a fronteira com Marrocos para se juntar a uma célula jihadista no Iraque é um exemplo da lavagem cerebral a que as redes fundamentalistas islâmicas submetem seus seguidores. Segundo fontes judiciais, a adolescente foi enviada por ordem judicial a um centro de detenção juvenil depois que admitiu estar determinada a integrar-se ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).

Aisha (nome fictício) declarou que atravessaria a fronteira para Nador e, dali, seria transferida para o Iraque "em cerca de dois ou três dias", de acordo com fontes presentes em seu interrogatório. A menor, que até quatro meses atrás era uma garota "normal", passou por um processo de recrutamento e radicalização, conduzido quase inteiramente através de fóruns jihadistas e redes sociais. A jovem, natural de Ceuta, começou seu caminho para o fundamentalismo terrorista em uma mesquita, onde se sentiu atraída, como ela mesma explicou, pelos sermões do imã.

Mais informações
Nove presos em Madri por recrutar jihadistas para enviá-los a Síria e Iraque
O Iraque pede a Obama que bombardeie redutos de rebeldes jihadistas
“Nós, árabes, estamos sendo discriminados”
A volta sem controle de jihadistas da Síria põe a polícia espanhola em guarda

A menor, assim como a jovem de 19 anos que a acompanhava quando foi presa, é uma garota escolarizada que vive com sua família, segundo as fontes. De fato, foram seus pais que avisaram às autoridades quando ela desapareceu e alertaram sobre seus vínculos com a jihad. Inicialmente, a investigação foi conduzida como um possível caso de sequestro, segundo fontes jurídicas, mas logo se tornou um caso de adesão a uma organização terrorista.

Fauzia Allal Mohamed.
Fauzia Allal Mohamed.Ministerio del interior

A menor também admitiu que não era a única jovem recrutada para viajar a partir de Marrocos até as zonas em conflito. Três outras jovens, cujas identidades ela forneceu, fariam a viagem com ela, afirmou. Em determinado momento, a jovem quis recuar, mas seus recrutadores chegaram a fazer ameaças para convencê-la a seguir adiante.

O juiz da Audiência Nacional Santiago Pedraz deu liberdade provisória a Fauzia Allal Mohamed, de 19 anos, que estava com Aisha no momento da detenção. Fauzia negou qualquer vínculo com o terrorismo islâmico, segundo fontes consultadas. Aisha disse ter pedido a ajuda de Fauzia para atravessar a fronteira. A jovem liberada deverá comparecer semanalmente ao tribunal mais próximo de seu domicílio e, como está proibida de deixar o território nacional, teve seu passaporte confiscado. Fauzia Allal Mohamed também deve fornecer um endereço e número de telefone onde possa ser localizada de forma permanente e terá de comunicar qualquer mudança de domicílio.

As medidas cautelares foram decretadas pelo juiz Pedraz com a anuência do Ministério Público e da defesa da detida, que depôs na parte da manhã.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_