A Argentina negocia contra o relógio para evitar o calote
O ministro argentino da Economia lutou até o último minuto do prazo para alcançar um acordo que nunca chegou
Já se cumpriu o prazo para saber se a Argentina entra ou não em falência. Às cinco da tarde de Nova York desta quarta-feira vence o prazo para que se declare ou não o não-pagamento do título público argentino Discount (desconto) sob a legislação dos EUA e da Europa, que é parte da dívida reestruturada em 2005 e 2010. A seguir, narramos ao vivo (hora local de Nova York) a evolução das negociações:
A Argentina não chegou a um acordo con os fundos abutres e não pagará o dinheiro que lhe é reclamado. Hoje vencia o prazo para tratar de evitar o não pagamento do título público argentino Discount sob a legislação dos EUA e da Europa, parte da dívida reestruturada em 2005 e 2010. O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, confirmou que não houve acordo oficial, segundo justificou porque o país “não pode acessar” as condições "injustas" que lhe exigem. Kicillof sentenciou que não vai assinar “nenhum compromisso que comprometa o futuros argentinos" e insistiu que recorrerá ao direito nacional e internacional. No entanto, o ministro negou que há uam suspensão de pagamento, da forma como coloca a Standard & Poor's. Ele culpa o juiz Thomas Griesa de ter formado "um quebra-cabeças jurídico" que produz uma situação "que ninguém sabe caracterizar".
A seguir, a narração da negociação que correu contra o relógio para evitar o calote argentino.
Às 17 de Nova York vence o prazo para o pagamento da dívida, mas talvez seja ampliado até a quinta-feira
18h25 O mediador judicial dos EUA Daniel Pollack confirma que não há acordo entre a Argentina e os fundos abutres e anuncia que o país sulamericano entrará em calote da sua dívida.
18h21 O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, critica a agência de risco de crédito S&P por qualificar o seu país na condição de suspensão de pagamentos. Lembra que sua conduta foi reprovável na última crise mundial de 2008/2009. "Quem acredita que as agências de classificação de são referís (árbitros) imparciais?", reclamou Kicillof.
Às 17 horas de Nova York (23 horas no Brasil) vence o plazo para o pagamento da dívida, mas talvez se estenda até a quinta-feira
18h20 O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, lembra que seu país já depositou o dinheiro para pagar a dívida reestruturada, mas acusa o juiz de Nova York Thomas Griesa de bloquear o giro desses fundos aos credores nos Estados Unidos, na Europa e no Japão. Mais de 500 milhões de dólares estão nas mãos dos bancos The Bank of New York Mellon e JP Morgan, agentes fiduciários do passivo argentino, em suas contas no Banco Central do país sulamericano. "A Argentina pagou, tem dinheiro e vai continuar pagando os próximos vencimentos. Como alguém pode dizer que há uma interrupção de pagamento declarada por um juiz? Se fosse um default, o dinheiro não estaria aí", queixou-se Kicillof diante da declaração de que seu país está em suspensão de pagamentos.
18h11 O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, pediu para se sentar para negociar com todos os credores litigantes e não só com os que conseguiram o pedido de pagamento de 1,5 bilhão de dólares. O conjunto de fundos abutres e outros credores que lograram essa sentença supõe 1% da dívida não paga desde 2001. Outros 6% também processam Buenos Aires. 93% aceitaram a reestruturaçãoda dívida de 2005 e 2010, com uma redução de juros e de capital.
18h05 O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, conta que voltou a oferecer aos fundos abutres a ofeta de pagamento com desconto que apresentou a Argentina durante a reestruturação da dívida em 2005 e 2010. Os credores litigantes rechaçaram a proposta.
18h01O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, critica o juiz de Nova York Thomas Griesa por obrigar o su país a pagar os fundos abutres quando, segundo Kicillof, não podia pois isso implicava abonar mais dinheir aos credores da dívida reestruturada.
17h57 "Os fundos abutres não estão dispostos a dar o congelamento (da sentença dos EUA a seu favor e contra a Argentina)", disse o ministro da Economia do país sul-americano, Axel Kicillof.
17h55 "Não teve nenhum tipo de segredo no que se está negociando", disse o ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, sobre sua conversa com os fundos abutres e o mediador judicial dos EUA nesta terça-feira e quarta-feira.
17h52 Começa a coletiva de imprensa de um sorridente ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, no consulado de seu país em Nova York.
17h36 A imprensa espera a coletiva do ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, no consulado de seu país em Nova York. Espera-se algum anúncio para clarificar se a Argentina entra ou não em falência.
17h20 O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, se retira da reunião que teve com o mediador judicial dos EUA e se dirige ao consulado de seu país em Nova York para oferecer ali uma coletiva de imprensa. "Vamos Argentina, caralho! Não esmoreça!", gritam alguns argentinos no escritório do mediador, em Park Avenue. O consulado encontra-se a 100 metros da sede do fundo abutre NML, um dos litigantes contra a Argentina.
17h15 Os mercados na Argentina esperam boas notícias. Há 15 minutos fechou o pregão de Buenos Aires com uma alta média de 6,9%. Os títulos públicos se valorizaram em até 11% e as ações de empresas argentinas em Nova York, até 18%.
17h12 O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, oferecerá uma coletiva de imprensa às 17h30.
17h03 Vence o prazo para que a Argentina pague um vencimento da dívida reestruturada e não o fez ainda. A agência de risco Standard & Poor's (S&P) considera que o país sul-americano encontra-se em não-pagamento "seletivo", isto é, de um de seus títulos públicos.
16h53 Os jornalistas que esperam o final da reunião do ministro de Economia argentino, Axel Kicillof, em Nova York com os representantes dos fundos abutres anunciam que em 20 minutos o servidor público do Governo de Cristina Fernández de Kirchner oferecerá uma coletiva de imprensa no consulado de seu país nessa cidade.
16h50 A agência de risco Standard & Poor's (S&P) declara a Argentina em falência "seletiva", isto é, de um dos títulos públicos, o Discount. Faltam dez minutos para que vença o prazo para que Buenos Aires gire o dinheiro desses bônus ou caia em não-pagamento pelo bloqueio judicial em EUA. A S&P esclarece que, como a negociação continua, o falência "não deveria ter nenhum maior envolvimento para o país".
16h01 Faltam 59 minutos para que vença o prazo para que a Argentina entre em suspensão de pagamentos de um título público, diante do bloqueio judicial imposto pelo juiz de Nova York Thomas Griesa que obriga Buenos Aires pagar aos fundos abutres e a outros credores que recusaram a reestruturação da dívida de 2005 e 2010.
15h46 Os mercados ficam esperançosos com uma solução para o conflito da dívida da Argentina. Na Bolsa de Buenos Aires, o índice principal sobe 6,4%. Os títulos públicos do país sulamericano se valorizam em até 15,4%.
14h32 O fundo abutre NML rejeitou uma medida cautelar, solicitada há poucos dias pelos credores europeus da dívida reestruturada da Argentina, para suspender a execução da sentença que pode conduzir ao default do país sul-americano. O NML apresentou um argumento perante o juiz Thomas Griesa no qual considera que os credores europeus não estão envolvidos em sua causa. No entanto, a sentença de Griesa estabelece que a Argentina hoje não poderá pagar o vencimento de um título da dívida reestruturada se antes não pagar os investidores que iniciaram o litígio. Por outro lado, a NML negocia nestes instantes a venda dos papéis a bancos argentinos que cobrariam os títulos somente em 2015, o tempo que Buenos Aires necessita para evitar a suspensão de pagamentos. Entre os credores europeus que pediram um tempo para a Argentina, para que eles possam receber o dinheiro sem problemas, estão os fundos Knighthead Capital Management e Redwood Capital Management, segundo a agência Bloomberg.
14h19 Os representantes dos bancos da Argentina começaram uma reunião com os dos fundos abutres, em uma tentativa de comprar a dívida argentina. As entidades argentinas querem solucionar o conflito judicial da dívida de seu país nos EUA e evitar o default de Buenos Aires. Os bancos argentinos são de capital privado e estão representados no encontro por diversos diretores, incluindo Sebastián Palla, que foi sub-secretário de Financiamento durante a reestruturação da dívida em 2005 e que, hoje em dia, trabalha no Banco Macro. As entidades argentinas estão interessadas em evitar o calote do Governo de Cristina Fernández de Kirchner porque possuem, entre os papéis de suas carteiras, os títulos públicos do país.
13h26 Um coletivo de credores norte-americanos que sustentam o litígio, a American Task Force Argentina, retirou de sua página uma contagem regressiva de um possível default (em espanhol), publicada na semana passada.
13h06 A cotação das ações do Banco Macro – uma das entidades financeiras da Argentina que se ofereceu para comprar a dívida não paga de seu país dos fundos abutres, para solucionar o conflito judicial nos EUA e evitar a suspensão de pagamentos de Buenos Aires – subiu. Na bolsa de Nova York, 13,3%, e na capital argentina, 3,3%. Macro, propriedade de Jorge Brito, e outros bancos argentinos têm em seu poder títulos públicos de seu país que poderiam não ser pagos, mas que poderiam valorizar caso a questão se resolva.
12h06 A cotização do bônus Discount da dívida reestruturada da Argentina, que hoje pode cair em default, sobe 7% diante da expectativa de uma eventual solução para receber os juros, que vencem em poucas horas.
11h56 O índice da bolsa de Buenos Aires sobe 5,3% pelas expectativas de uma solução ao conflito pela dívida argentina. Os títulos públicos do país sul-americano sobem até 11,7%.
11h30 Começa a reunião entre o ministro de Economia da Argentina, Axel Kicillof, e o mediador judicial dos EUA, Daniel Pollack, para negociar uma solução que evite o default dentro de poucas horas. Às portas do escritório de Pollack, no número 245 da Park Avenue, há cerca de 20 jornalistas. Kicillof está acompanhado pela procuradora do Tesouro, Angelina Abbona; o subprocurador, Javier Pargament, o secretário de Finanças, Pablo López; o secretário de Legal e Administrativo do Ministério de Economia, Federico Thea. Também participaram representantes dos fundos abutres NML e Aurelius.
10h15 O mediador judicial dos EUA, Daniel Pollack, declarou que esta quarta-feira será um "grande dia", mostrando sua confiança em que a Argentina, os fundos abutres e outros credores que iniciaram o litígio cheguem a um acordo para evitar a suspensão de pagamentos.
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