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O grupo PRISA assina a venda de 56% do Canal+ para a Telefónica por 2,3 bilhões

A empresa, à qual pertence o EL PAÍS, consegue um preço final que supera em 77 milhões de reais o pactuado inicialmente

M. J.
Manuel Polanco, presidente do PRISA TV; José María Álvarez-Pallete, conselheiro da Telefónica; Juan Luis Cebrián, presidente do PRISA; César Alierta, presidente da Telefónica, Fernando Abrill-Martorell, conselheiro do PRISA, e Ángel Vilá, diretor geral de Finanças da Telefónica, esta tarde na sede da Telefónica no ato de assinatura da operação.
Manuel Polanco, presidente do PRISA TV; José María Álvarez-Pallete, conselheiro da Telefónica; Juan Luis Cebrián, presidente do PRISA; César Alierta, presidente da Telefónica, Fernando Abrill-Martorell, conselheiro do PRISA, e Ángel Vilá, diretor geral de Finanças da Telefónica, esta tarde na sede da Telefónica no ato de assinatura da operação.Luis Sevillano

Telefónica e PRISA, grupo do qual faz parte o jornal EL PAÍS, assinaram esta tarde o acordo no qual a companhia presidida por César Alierta compra 56% do Canal+ do grupo dirigido por Juan Luis Cebrián, segundo comunicaram à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV). O preço do acordo de compra foi de 750 milhões de euros (2,3 bilhões de reais), 77 milhões de reais a mais do que foi anunciado inicialmente, apesar deste estar sujeito aos ajustes habituais no momento do fechamento definitivo da operação.

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Nas palavras de Juan Luis Cebrián, presidente do grupo PRISA, “trata-se de uma grande notícia tanto para PRISA quanto para a Telefónica. Faz tempo que anunciamos nossa vontade de vender o canal de televisão fechado para concentrar os esforços do Grupo no negócio da educação e a informação, com especial foco no seu crescimento na América Latina. Nossa televisão é emblemática por sua grande qualidade e tenho certeza que a Telefónica consolidará sua liderança na Espanha em benefício de todos seus assinantes”, indicou em um comunicado.

Por sua vez, o presidente da Telefónica, César Alierta, qualificou através de uma nota a operação como “muito positiva” e disse que constitui um avanço importante para o desenvolvimento da televisão fechada em espanhol. Alierta explicou também que “este acordo é um passo significativo para o processo de transformação da companhia em uma companhia de telecomunicação digital de referência”.

A operação supõe para o grupo PRISA uma perda contábil de 6,37 bilhões

A operadora presidida por César Alierta já possui 22% da Distribuidora de Televisão Digital (DTS, nome da sociedade que gerencia o Canal+). Portanto, no fechamento da compra, controlará 78% da propriedade. Os outros 22% estão em mãos de Mediaset España, que terá um prazo de 15 dias corridos, contando desde que o momento em que o conselho de administração de DTS lhe comunique os termos do contrato, para exercitar o direito de aquisição preferencial ou o direito de acompanhamento de conformidade como está previsto nos estatutos sociais e no acordo entre os acionistas da DTS.

Em cada um dos fatos relevantes apresentados à CNMV, ambas as companhias explicaram que o fechamento da operação está condicionado à obtenção do aval das autoridades competentes e à aprovação de um painel representativo dos bancos financiadores de PRISA.

A transação suporá uma perda contábil estimada de 6,3 milhões de reais aproximadamente nas contas consolidadas do grupo PRISA e, nas contas individuais do grupo, de aproximadamente 2,3 bilhões de reais, segundo comunicou a companhia ao organismo supervisor, "o que colocará a companhia em situação de desequilíbrio patrimonial", segundo o fato relevante exposto pela empresa.

O grupo PRISA acrescenta que seu contrato de financiamento prevê um mecanismo de conversão automática de uma parte da dívida da companhia em empréstimos participativos "em uma quantia suficiente para compensar dito desequilíbrio patrimonial".

Desde sua fundação em 1989, o Canal+ liderou o mercado da televisão fechada na Espanha, do qual foi pioneiro. Hoje conta com 1.661.381 assinantes, e um rendimento médio mensal por assinante de 134 reais. No fechamento de 2013, os rendimentos do Canal+ chegaram a 3,6 bilhões de reais, com um resultado bruto de exploração de 86 milhões de reais.

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