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Os trabalhadores do McDonald’s se rebelam nos EUA pelos salários baixos

Um protesto a favor do aumento do salário mínimo acaba com mais de uma centena de pessoas presas na véspera da reunião com os acionistas

Protesto na sede do McDonald´s em Oak Brook, Illinois.
Protesto na sede do McDonald´s em Oak Brook, Illinois.JIM YOUNG (REUTERS)

Nada de Lanche Feliz na sede do McDonald´s nos Estados Unidos. Se a reunião dos acionistas da empresa já era uma ocasião para que pais e ativistas acusassem os executivos da rede de fast-food de bombardear as crianças com campanhas de comida-lixo, neste ano o encontro se converteu em uma verdadeira batalha pelos protestos de empregados pedindo um aumento dos salários.

Na quarta-feira mais de cem pessoas foram presas. Os protestos continuaram nesta quinta-feira, enquanto o diretor executivo, Don Thompson, dizia aos acionistas que McDonald´s paga “um salário justo e competitivo" aos seus empregados. E mais, disse que a companhia oferece mais oportunidades para subir na carreira que qualquer outra grande empresa. As prisões da quarta-feira ocorreram porque a comitiva entrou em uma propriedade privada.

McDonald´s chegou a pedir aos seus empregados em Oak Brook, nas periferias de Chicago, que trabalhassem de casa, antecipando os problemas que teria em seu quartel general, onde umas 3.500 pessoas vão diariamente. A manifestação da quarta-feira foi a última de uma série de protestos que se veem há um ano por todo os EUA, enquadrados na mobilização da indústria de restaurantes para que se aumente o salário mínimo a 15 dólares a hora.

“É uma pena que as pessoas não vejam isso”, lamentou o executivo de McDonald's, que deu o exemplo da possibilidade de ascender desde a posição mais baixa. A direção do McDonald´s insiste, para justificar sua política trabalhista, que a rede costuma ser a primeira porta dos jovens para o mercado de trabalho. Um terço de seus empregados têm entre 15 e 19 anos, e 70% trabalha a tempo parcial. Neste sentido, Thompson destacou os programas de formação que estão em andamento.

Os acionistas também parecem se fazer de surdos ao protesto de 2.000 empregados do setor e ativistas na rua. Apoiam claramente a estratégia da companhia, visto o resultado da votação. O conselho de administração recebeu 96% do apoio e o salário do diretor executivo foi aprovado com uma ampla maioria. Além de um incremento do salário, o protesto quer formar um sindicato que defenda as condições de seus empregados.

Condições de pobreza

O da quarta-feira foi o maior protesto contra o McDonald´s, segundo o movimento Fast Food Forward, um grupo financiado pelo sindicato do setor de serviços nos EUA. A ideia era a de “dar as boas-vindas” aos acionistas antes da junta se reunir e mostrar a eles que uma boa parte dos empregados vive em condições de pobreza. Na semana passada houve manifestações em uma dúzia de cidades do país e em outras em cerca de 30 países.

McDonald´s comemora neste ano seu 40º aniversário. Em uma cozinha da Filadélfia nasceu a rede integrada por 35.000 restaurantes que possui 70 milhões clientes diariamente em todo o mundo. 50% dos gerentes dos locais da franquia, indicou Thompson, começaram como empregados. O executivo também disse que estão realizando mudanças para que mais frutas e verduras integrem os menus e as campanhas publicitárias.

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