_
_
_
_

A Apple e o Google assinam uma trégua na guerra de patentes de celulares

As duas companhias decidiram trabalhar juntas em algumas áreas da reforma das patentes

Os logotipos do Google e da Apple em uma apresentação em Nova York
Os logotipos do Google e da Apple em uma apresentação em Nova YorkE.D. LOIC VENANCE (AFP)

A batalha das patentes tecnológicas está se transformando num processo longo e custoso, que não leva a lugar algum. A Apple e o Google admitem isso agora, ao decidirem finalmente interromper sua disputa judicial envolvendo a Motorola Mobility. No entanto, mais relevante talvez seja o fato de os dois rivais decidirem cooperar entre si para resolverem algumas questões relativas ao sistema que regulamenta a concessão e proteção desses direitos de propriedade industrial.

A trégua foi anunciada na noite de sexta-feira, exatamente duas semanas depois de a Apple obter na Califórnia um resultado ambíguo na sua última grande ofensiva jurídica contra a Samsung. Nesta semana, outra batalha judicial, no Japão, ficou no zero a zero. O acordo com o Google não resolve o litígio da firma de Cupertino contra a empresa sul-coreana, entre as quais qualquer pacto parece muito distante. A Apple já havia chegado a acordos semelhantes com a HTC e a Nokia.

Apple e Google eram sócias antes do lançamento do iPhone, há sete anos. O inimigo comum na época era a Microsoft, que ficou para trás no negócio da mobilidade total. As relações se romperam quando a empresa tecnológica de Mountain View criou o Android. O falecido Steve Jobs declarou guerra contra Larry Page e Sergey Brin, mas seu sucessor, Tim Cook, agora sela a paz.

O processo, que tramita há anos, favoreceu em princípio o fabricante do iPhone e do iPad. Mas no último ano os rumos mudaram, a ponto de a Apple estar se transformando na empresa de tecnologia mais denunciada nos EUA por violações de patentes. É o que fez a Motorola quatro anos atrás, antes de ser adquirida pelo Google por causa do seu patrimônio tecnológico.

O Google também herdou a obrigação de se defender nos processos envolvendo a Motorola – cerca de 20, nos EUA e na Alemanha. A empresa anunciou recentemente a venda da sua unidade de celulares ao fabricante chinês Lenovo, por 2,9 bilhões de dólares (6,4 bilhões de reais), embora mantenha consigo o controle sobre milhares de patentes da Motorola, o motivo real que levou à aquisição dessa companhia por 12,5 bilhões de dólares, em meados de 2012.

Os juízes que presidem esses processos nos EUA e em outros países aconselharam às partes em conflito que resolvessem suas diferenças fora dos tribunais. A Apple e o Google concordaram com essa solução amistosa. A batalha que tem como epicentro a Motorola se encerra, além disso, “sem nenhum prejuízo para as partes”. O pacto, entretanto, não inclui um acordo sobre o uso de licenças.

Ou seja, a Apple não poderá usar patentes do Google, e vice-versa. Como resultado dessa nova estratégia para defender seus direitos, as companhias decidiram “trabalhar conjuntamente em algumas áreas” para a reforma da lei de patentes. O Governo do presidente Barack Obama já demonstrou a intenção de adotar mudanças para que essas disputas não freiem a inovação.

Essa redução na tensão entre os criadores dos sistemas operacionais iOS e Android, os dois dominantes, poderia indicar também que as duas companhias estariam agora mais abertas a alcançarem acordos bilaterais que beneficiem o consumidor final. Isso é algo ainda a ver. O fato é que essa interminável batalha não está tendo um efeito real no mercado, porque os modelos afetados são antigos. A inovação avança mais rápido.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_