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Repsol sai da YPF ao vender por 2,73 bilhões 11,9% da empresa argentina

A petrolífera se desfaz da participação em sua antiga filial na Argentina A espanhola receberá 5,3 bilhões de dólares em títulos pela expropriação

Álvaro Romero
Sede da YPF em Buenos Aires.
Sede da YPF em Buenos Aires.EFE

A Repsol rompeu nesta quarta-feira definitivamente os laços com a YPF depois de 15 anos de uma relação prejudicada pela decisão do Governo de Cristina Fernández de Kirchner, em 2012, de nacionalizar 51% da petrolífera argentina. A saída se materializou com a venda dos 11,86% que a companhia presidida por Antonio Brufau mantinha em sua antiga filial por um valor de 1,23 bilhão de dólares (2,73 bilhões de reais).

Segundo informou a empresa espanhola nesta quarta-feira à Comissão Nacional do Mercado de Capitais, a Repsol vendeu as ações para a Morgan Stanley, que por sua vez as colocou no mercado. O preço de venda foi de 26,91 dólares (59,7 dólares) por papel, o que resulta em um desconto de 4,5% sobre a cotação do fechamento da terça-feira em Nova York e de 8,5% em relação à segunda-feira. Nesta quarta-feira, as ações subira 8% e superaram os 30 dólares (66,6 reais), pois desapareceu o medo de que fosse difícil o mercado absorver o papel. A Repsol ficou com uma participação residual, inferior a 0,5% do capital da YPF, segundo informou a empresa. Esse porcentual não foi incluído na operação porque tinha sido adquirido recentemente mediante um processo de execução e ainda não era transferível. Será vendido quando for possível.

A operação garante à Repsol rendimentos estimados em 622 milhões de dólares (1,38 bilhão de reais) antes dos impostos. Antes da venda, já prevendo que seria efetuada, a Repsol desistiu na terça-feira de designar os dois representantes a que tinha direito no Conselho de Administração da YPF em virtude da participação de 12% que mantinha na petrolífera argentina.

Além disso, a empresa espanhola se encontra à espera de receber durante estes dias os títulos por pouco mais de 5 bilhões de dólares (11,1 bilhões de reais) em valor nominal com os quais o Governo argentino a compensará pela expropriação. De concreto, houve um acordo pleno para fixar os títulos para entrega em algo mais de 5,3 bilhões de dólares (11,77 bilhões de reais) em valor nominal. A Repsol receberá nesta quinta-feira mesmo três blocos de títulos, um de 500 milhões (1,11 bilhão de reais) com taxa de juros de 7% e vencimento em três anos, outro de 3,25 bilhões (7,21 bilhões de reais) com taxa de 8,75% e vencimento em 10 anos, e um terceiro por 1,25 bilhão (2,77 bilhões de reais) com juros de 8,28% e vencimento em 19 anos. A empresa receberá ainda títulos de uma carteira adicional reservada para ela no valor entre 300 e 350 milhões de dólares (667 e 779 milhões de reais) em valor nominal. Como isso se assegura de que os títulos alcancem pelo menos 4,67 bilhões de dólares (10,27 bilhões de reais) de valor de mercado durante o período de cômputo de 90 dias utilizado pelos bancos de investimento.

O preço desses títulos foi de menos para mais durante esse prazo, por isso o valor de mercado é um pouco superior. A Repsol mescla várias possibilidades e diferentes alternativas, mas, como fez com as ações a YPF, começará a vender os títulos o mais cedo possível se houver as condições de mercado.

O presidente da Repsol, Antonio Brufau, disse na assembleia de acionistas de março que esperava conseguir entre 6 bilhões e 6,5 bilhões de dólares (13,3 bilhões e 14,4 bilhões de reais) entre as ações da |YPF e os bonos argentinos. A empresa planeja ir às compras com esses recursos. E já identificou algumas oportunidades de investimento.

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