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Depois das cifras de Neymar, Messi define a sua renovação no Barça

O pai do astro argentino pactua com o clube catalão um salário anual em torno de 20 milhões de euros (62 milhões de reais), que o tornaria o jogador mais bem pago do mundo

Jordi Quixano
Messi em um treinamento do Barcelona.
Messi em um treinamento do Barcelona.andreu dalmau (efe)

O Barcelona pretende anunciar mudanças no contrato de Lionel Messi antes do término do Campeonato Espanhol. O vice-presidente financeiro do clube, Javier Faus, e o diretor-geral da agremiação, Antoni Rossich, se reuniram na segunda-feira com Jorge Messi, pai do atleta, para negociar as condições do acordo. Embora se mantivessem a duração do contrato —até 2018— e o valor da rescisão —250 milhões de euros (cerca de 775 milhões de reais)—, Messi aumentaria os seus rendimentos, passando a ganhar cerca 20 milhões de euros anuais (62 milhões de reais) e tornando-se o jogador mais bem pago do mundo, como já havia lhe prometido o Barça, após transcenderem as cifras do contrato de Neymar.

As aspirações de Messi não só são financeiras, como também esportivas. Assim, revelou ao clube o seu interesse na formação de um plantel competitivo visando à próxima temporada. Embora as suas preferências sejam conhecidas —já chegou a expressar ao ex-presidente Sandro Rosell o seu desejo de que o também argentino Kun Agüero fosse contratado—, fontes próximas ao jogador precisaram na segunda que em nenhum momento pediu aos dirigentes que se contratasse ou se mantivesse determinados jogadores.

A diretoria pretende garantir a continuidade de Messi e a contratação de Luis Enrique como treinador em um futuro próximo e, ao mesmo tempo, melhorar as suas relações com a FIFA, que sancionou o clube pelas contratações irregulares de pelo menos nove atletas. Acontece que esqueceram, entre outras coisas, de tratar com o sistema de controle de transferências internacionais da entidade internacional, o TMS (na sigla em inglês), órgão criado em 2009 e no qual existe uma subcomissão do Estatuto de Jogadores da FIFA para aprovar ou não os pedidos.

Então, se viram frente a frente com uma realidade —sancionaram o clube com a proibição de contratações até 2015— que o ex-presidente Rosell se negou a acreditar em sua época. O ex-presidente considerava que a FIFA faria vista grossa. Depois da sanção, o Barcelona reagiu rapidamente, até o ponto de que, menos de duas semanas depois, conseguiu a suspensão cautelar da punição.

Mas isso não é suficiente para uma diretoria que agora quer restabelecer as relações institucionais com os grandes órgãos europeus. “O problema é que durante muito tempo nem soubemos nem quisemos fazer lobby”, esquivam os dirigentes do clube; “fomos mal”. Por isso, o presidente Josep Maria Bartomeu foi nesta segunda a uma reunião marcada há três semanas —antes inclusive da resolução preventiva da FIFA—, com o presidente Joseph Blatter. “Não foi negociar, porque o trabalho e as suposições estão feitas”, asseguram no Barça, conscientes de que a reunião é nesse momento mais um ensaio que outra coisa; “mas nunca é algo ruim que o clube estabeleça relações com os altos comandos, como fazem absolutamente todos os clubes”.

Não escondem, no entanto, que a intenção de Bartomeu era falar sobre La Masia (a fábrica de talentos do clube) e o Barcelona, sobre como funciona o clube e como trata os seus atletas de base. Também se destacou que despediram o então encarregado pelo trâmite dos papéis, de colocar tudo em ordem e de levar em consideração as indicações de Rosell, o coordenador de futebol de base do clube, Albert Puig. Embora não tenha sido uma demissão propriamente dita, senão a não renovação de um contrato que os dirigentes já descartavam fazia muito tempo.

O Barça correu nos bastidores ao realizar a sua defesa articulada no sustento de que os motivos defendidos pela entidade são razoáveis, de que uma hipotética prorrogação da resolução poderia ter consequências graves para a instituição, e de que o Barcelona teria muito mais a perder não fosse concedida a cautelar em comparação com o que a FIFA ganharia se a mesma fosse concedida. Mas falta mais um passo, uma resolução final que no clube acreditam que sairá em setembro, por mais que não exista uma data fixada para isso. Até então, pelo sim, pelo não, Bartomeu faz lobby.

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