Weibo, o ‘Twitter chinês’, confunde
A estreia no Nasdaq norte-americano começou com mais duas horas de atraso e caindo, mas depois recuperou 10%
Outra tecnologia chinesa está cotada em Wall Street. A rede social Weibo, um híbrido entre Twitter e Facebook, já faz parte do mercado de capitais mais líquido do mundo. Mas o momento escolhido para a estreia no Nasdaq não é o melhor. Os investidores estão há algumas semanas mostrando dúvidas a respeito dos valores relacionados com as plataformas sociais depois da queda de King Digital. Nos primeiros minutos de negociação, caiu 3% mas depois subiu 10%.
A estreia fez charme e encontrou confusão. A primeira troca não chegou até passadas duas horas da abertura. E reflexo da incerteza, o preço de largada se fixou em 17 dólares (38 reais) o título, o valor mais baixo que se deu no grupo de referência. Também se colocaram menos ações das que se indicaram. Os proprietários vão arrecadar até 285 milhões de dólares com a operação. E ao preço original, a valoração de Weibo rondava os 3,4 bilhões de dólares (7,7 bilhões de reais). O símbolo para identificá-la é WB.
A rede social chinesa conta na atualidade com cerca de 144 milhões de usuários mensais ativos. Embora costumam-se traçar similitudes com o Twitter, é uma plataforma mais multimídia e diversificada, como o Facebook. Além disso, pelas sinergias que tem com sua sócia Alibaba, é uma ferramenta muito potente no âmbito do comércio eletrônico. Seu nome traduz-se do chinês como "microblog".
Weibo não tem nem cinco anos de vida. Nos dois primeiros cresceu muito rápido, porque era a primeira plataforma social pensava para dispositivos móveis na China. Não tinha concorrência. Agora, como outras redes sociais, é inevitável que modere seu crescimento com mais atores no negócio. Mas com um mercado de 1 bilhão de usuários potenciais, ainda teria potencial para crescer.
Os lucros da companhia quase se triplicaram em relação ao ano anterior, a 188 milhões de dólares. No mesmo período reduziu a perda neta de 102 milhões a 38 milhões. O crescimento da companhia não é o único que preocupa aos investidores de Wall Street. O outro aspecto relevante tem a ver com a censura chinesa.
A China conta na atualidade com 500 milhões de usuários de celulares, quatro vezes mais que em 2008. O gigante do comércio eletrônico chinês Alibaba, que acaba de lançar o processo para cotar também nos EUA, investiu recentemente 586 milhões de dólares por uma participação de 18%. Seu rival JD iniciou em janeiro passado os trâmites de uma possível oferta nos próximos meses.
Weibo, controlada por Sina, e Alibaba encontram-se entre as grandes companhias que neste momento livram a batalha pelo domínio de Internet na China, junto aos gigantes Telcent Holding e Baidu. Nos EUA, as ações de sua gêmea Twitter pagam-se 40% a mais. Também não se escapa o Facebook, pelo qual se pediu 15% a mais no último mês.