O Barça mantém a fé em Messi
A equipe azul-grená se sobrepõe ao rosário de baixas, ao mau início de partida e ao gol de Aduriz. O atacante argentino liquida o combativo Athletic de Valverde (2 x 1)
A julgar pelo público que foi ao Camp Nou, mais de metade dos barcelonistas não acredita que o Barça possa ganhar a Liga. Houve meia entrada, e supõe-se que centenas de espectadores fossem turistas, torcedores de um dia, alheios ao mau momento da equipe azul-grená, perdedora da Copa do Rei e eliminada da Champions. Ainda se contam, entretanto, muitos militantes em uma massa de seguidores muito heterogênea: há os irritados, os desiludidos, os desertores e também os otimistas, com milhares deles presentes ontem, respeitosos com seus jogadores e com Lionel Messi. A fé é contagiosa, ainda mais na Semana Santa, e o 10 assinou a vitória numa virada de muito mérito contra o Athletic. Embora as adversidades tenha sido múltiplas, nem o Barça nem Messi nunca se renderam. Acabada a caridade, impõe-se a esperança no Barcelona com vistas à Liga.
BARCELONA, 3 - ATHLETIC, 1
BARCELONA 3 x 1 ATHLETIC
Barcelona: Pinto; Alves, Bartra, Mascherano, Adriano; Xavi (Fábregas, min. 70) Song, Iniesta; Alexis (Tello, min. 86), Messi e Pedro. Não utilizados: Oier; Montoya, Sergi Roberto, Afellay e Sergi Gómez.
Athletic: Iraizoz; De Marcos, San José, Laporte, Balenziaga; Iturraspe (Beñat, min. 82), Erik Moran (Rico, min. 64), Ander Herrera; Susaeta (Tokero, min. 85), Muniain e Aduriz. Não utilizados: I. Herrerín; Etxeita, Iraola e Albizu.
Gols: 0 x 1, min. 50, Aduriz; 1 x 1, min. 72, Pedro; 2 x 1, min. 74, Messi.
Árbitro: Martínez Munuera. Mostrou cartão amarelo a Ander Herrera, De Marcos, Bartra e Pedro.
57.090 espectadores no Camp Nou.
Não era fácil se repor após a derrota no Calderón e no Mestalla, e tampouco depois do gol já cantado de Aduriz, e menos ainda não renegar ou blasfemar Messi, extraviado e ensimesmado, e ontem à noite durante um longo período sem pontaria, com se lhe tremesse o pulso, mais pálido que nunca. O Barcelona não saía da sua via crucis, condenado a um calvário, agora em procissão pela Liga. Nada dava certo para o Barça e para Messi, e no entanto eles não sucumbiram até liquidarem o Athletic, invicto desde o Dia de Reis, temido pela torcida azul-grená, sabedora de que pouquíssimos treinadores sabem jogar tão bem contra o Barcelona como Valverde. O gol do 10 ajudou a combater o desânimo e a recuperar a energia depois de o Barça defender mal a própria meta, desperdiçar alguns arremates e propiciar o brilho de Iraizoz.
A escassez provocou a ortodoxia no Barcelona. Muito condicionado pelas ausências, com vários titulares lesionados, Martino se saiu com um esquema tático muito clássico, um desenho ortodoxo, uma equipe reconhecível a partir do 4-3-3: a defesa de quatro, dois pontas, dois volantes, um armador e Messi como falso 9. Não é fácil para o Barça jogar sem Busquets, jogador que dá equilíbrio e permite uma saída limpa da bola, e quando Neymar não está perde explosão, mas em troca ganha simetria e aumenta o protagonismo de Messi. O público estava especialmente carinhoso com o 10. Embora a equipe tenha demorado a encontrar Messi, a partida era paralisada cada vez que o argentino pegava na bola, melhor como passador do que como arremessador, sempre persistente, irredutível, até que assinou o triunfo: 2 x 1.
Eram duas equipes igualmente dinâmicas. O Athletic desequilibrava com o Aduriz, e o Barcelona procurava a superioridade com Messi. Muitas vezes relegados à suplência, Alexis e Pedro fazem bem ao 10. Embora seu futebol fosse descontínuo, nem sempre profundo, os azuis-grenás atacavam bastante bem, em troca de defender mal, circunstância muito visível em um disparo de Aduriz na trave esquerda de Pinto. O centroavante enganchou uma estupenda bicicleta na cara de Song, pouco agressivo, contemplativo, espectador do excelente momento de Aduriz. Tampouco acertou Alexis, que chutou na viga após passe de Pedro. Iraizoz esteve muito bem posicionado diante dos arremates azul-grenás, em uma partida grata e aberta, incontrolável para o Barça.
O Pulga foi sempre persistente, irredutível até marcar o gol da vitória
Os azuis-grenás não tinham pontaria, condenados de forma reiterada à bandeirinha de escanteio, e Aduriz não chegava mais vezes à bola porque era contido por Adriano e Mascherano. O atacante pediu pênalti por um puxão do zagueiro pouco antes do intervalo no Camp Nou. Assim que voltou ao gramado, Aduriz não perdoou uma nova bobeada da zaga do Barça. Bastou ao Athletic uma reposição longa do seu goleiro e um tiro do seu centroavante para abrir o placar. Song não acertou o salto, Bartra também não deu conta, e Aduriz tocou na saída de José Pinto. Aduriz acertou; Messi falhou. O argentino desperdiçou uma falta de sonhos na frente da área, enquanto o basco não perdoou diante da meta catalã. As duas áreas andam estranhas há algum tempo para o Barcelona.
Messi voltou a pedir a bola, e voltou a falhar diante da Iraizoz. Não havia maneira de o azul-grená encontrar a rede do Athletic. Vieram em seu resgate então o populista Alves e os meritórios Alexis e Pedro, já com Cesc no gramado do Camp Nou, e vaiado pela torcida. Alves, para quem tanto faz ser aplaudido ou ser xingado, sempre presente para o que der e vier, entrou pela sua lateral, meteu a bola para Alexis, e o arremate mastigado do chileno foi aproveitado por Pedro: 1 x 1. E, pouco depois, finalmente, reapareceu Messi. O 10 transformou uma cobrança de falta em um chute forte e raso, junto à trave do gigante Iraizoz. Praticamente não houve mais jogo, porque estava escrito que a partida duraria o que Messi demorasse para marcar. O gol do 10, precisamente por ser esperado, representa também a esperança do Barça na Liga.
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