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O Atlético escapa

Godín y Diego Costa dão a vitória ao líder ante um Getafe peleón e o líder põe um partido de distância com Madrid y Barça El hispanobrasileño foi-se aleijado e antes falhou um pênalti

Ladislao J. Moñino
Diego Costa grita de dor depois de marcar o segundo gol do Atlético.
Diego Costa grita de dor depois de marcar o segundo gol do Atlético.Claudio Alvarez (EL PAÍS)

A cinco rodadas do fim, o Atlético não desperdiçou, em Getafe, a primeira oportunidade que teve de tomar de assalto o Campeonato Espanhol. A vitória esforçada que conseguiu proporciona uma vantagem de três pontos para o Real Madrid, com vantagem no confronto direto, e quatro sobre o Barcelona. Uma partida de dianteira para cada um deles, que permite fazer as contas, ainda que seja difícil, de que ganhando os próximos quatro jogos pode ir ao Camp Nou apenas para ser aplaudido pelo Barça. O Atlético agora tem uma tranquilidade que provavelmente não esperava. Manteve-se firme tanto na perseguição ao líder, depois da derrota em Pamplona, e depois na defesa da liderança. Ganhou partidas difíceis, que valem campeonatos, caso dessa contra o Getafe. Saber o que fazer e manter a calma durante a passagem dos minutos são cruciais para seguir adiante. O líder soube administrar. Fez isso contra o Espanyol, contra o Granada e voltou a fazê-lo no Coliseo, já com a pressão de jogar depois dos seus adversários.

Com a oportunidade de abocanhar La Liga, Simeone escolheu o seu time titular mais combativo, com Raúl García no lugar de Arda Turan, recuperando-se de lesão, Mario na vaga de Tiago, e Diego Costa e Villa. A partida começou muito tática, pesada. Com as duas equipes conscientes de que a primeira batalha seria física e aérea. Muitas bolas longas, muitos cabelereiros penteando as bolas, Rául García no Atlético, e Lafita, no Getafe. Vestido de azul, como o Chelsea, quem sabe tenha sido um ensaio do que pode acontecer nas semifinais da Liga dos Campeões. Muita imprecisão e exagero nas poucas vezes que a bola ficou no chão na primeira meia-hora. Houve carrinhos e erros de passes fáceis em um campo muito rápido. As duas equipes também estavam com os nervos à flor da pele por tudo que havia em jogo. Miranda chutou para fora, e Gabi comprometeu Courtois com um recuo que terminou em escanteio. No Getafe, foi Codina o que mais parecia tremar em cada lance, seja com as bolas longas ou ao se impor em jogadas estratégicas. Nessa batalha pelo rebote, para não correr nenhum risco, Atlético e Getafe dominaram os nervos. Villa, muito no começo, conseguiu pegar um desses lançamentos e ficou à sombra de Codina, embora houvesse espaço na segunda trave.

GETAFE, 0-ATLÉTICO, 2

Getafe: Codina; Arroyo, Alexis, Rafa, Roberto Lago (Sammir, m. 79); Mosquera (Lacen, m. 77), Juan Rodríguez; Pedro León, Lafita, Diego Castro (Colunga, m. 57); Ciprian. Não utilizados: J.César; Valera, Lisandro y Borja.

Atlético: Courtois; Juanfran, Miranda, Godín, Filipe; Mario Suárez, Gabi; Koke, Raúl García (Diego, m. 71); Villa (Adrián, m. 61), Diego Costa (Cebola Rodríguez, m. 85). Não utilizados: Aranzubia; Alderweireld, Sosa y Tiago.

Goles: 0-1. M. 40, Godín. 0-2. M. 84. Diego Costa.

Árbitro: Fernández Borbalán. Expulsou a Lafita por duplo amarela (m. 64). Amonestó a Alexis y Godín.

Coliséo Alfonso Pérez. Uns 20.000 espetadores.

Simeone demorou essa meia hora para começar a mover as fichas para gerar superioridade porque começou a pedir aos seus jogadores que colocassem a bola no chão. No Getafe, só funcionavam os cruzamentos de Pedro León. Diego Costa começou a flutuar pelo campo de ataque a deslocar-se ao meio-campo, e Juanfran, a se desdobrar. Não melhorou muito a partida, mas ao menos deu ao Atlético o suficiente para começar a forçar jogadas de bola parada na direção da área do Getafe. No rebote de uma delas, Juanfran cruzou, Codina calculou errado, e Godín só teve que dirigir a cabeçada para as redes para marcar. O zagueiro uruguaio tem a precisão de muitos zagueiros artilheiros da história. Chega a seis gols em todas as competições, alguns tão decisivos quanto esse ou aquele que marcou contra o Levante, no Calderón. Godín também dominou, na sua própria área, os cruzamentos e lançamentos. Arrumou a parte de trás da sua equipe em uma partida em que isso era necessário porque nunca deixou de haver um ar de perigo, representado por Alexis em vários episódios teatrais, inclusive quando Villa foi recriminar o zagueiro de Getafe por uma entrada mais dura.

Com poucas variações nesse jogo muito físico, o Atlético teve a chance de matar o jogo quando Lafita derrubou Miranda no rebote de um escanteio. Codina defendeu a cobrança de Diego Costa, que já perdeu três pênaltis no campeonato. O goleiro local também foi maravilhoso em finalização de Adrián. A injeção de ânimo no Getafe não foi suficiente, com dez em campo, porque o pênalti também resultou na expulsão de Lafita. Antes, ele havia cabeceado, sem marcação para uma defesa espetacular de Courtois, depois de um escanteio.

 Em inferioridade numérica e com o fantasma do rebaixamento cada vez mais presente, o Getafe não conseguiu mais reagir à equipe do contra-ataque. O Atlético começou a dominar o último trecho, com Diego Ribas em campo. O brasileiro escolheu bem uma movimentação de Adrián, que cruzou rasteiro para que Diego Costa batesse com a tíbia na trave para fazer o 2 a 0 ao empurrar a bola. O impacto causou uma lesão e ele foi substituído. Não havia mais jogo. Com isso, o Atlético conseguiu dar o primeiro assalto à La Liga que queria.

 

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