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O Barça se garante com um pênalti de Messi

Igual ao clássico, os azuis-grená resolvem um dérbi muito intenso contra o Espanyol a partir dos 11 metros, depois de uma polêmica mão de Javi López, e reforçam suas aspirações

Ramon Besa
Messi lança o pênalti do Barcelona
Messi lança o pênalti do BarcelonaLLUIS GENE (AFP)

Igual ao clássico, os azuis-grená resolvem um dérbi muito intenso contra o Espanyol a partir dos 11 metros, depois de uma polêmica mão de Javi López, e reforçam suas aspirações

ESPANYOL, 0 - BARCELONA, 1

Espanyol: Casilla; J.López, Colotto, Moreno (Sidnei, min.48), Fuentes; D.López, V.Sánchez; Stuani, Sergio García, Simao (Córdoba, min.78); e Pizzi (Alex, min.65).

Barcelona: Pinto; Alves, Piqué, Mascherano, Alba; Busquets, Xavi, Cesc; Pedro (Iniesta, min.77), Messi y Neymar (Alexis, min.81).

Gol. 0-1, Min.76: Messi (p).

Árbitro: Clos Gómez. Expulsou a Casilla (min.83) por vermelha direta. Amonestó a Stuani, Javi López, V. Sánchez, Busquets, Alba.

Cornellà-El Prat, 31.666 espetadores. Os jogadores do Barcelona pularam ao terreno de jogo com uma t-shirt de apoio a Víctor Valdés, com o lema 'Força duplo V' e, detrás, um número '1' e umas luvas.

De pênalti em pênalti, até a vitória final. Assim se escreve no momento o caminho do Barça na Liga. Os azuis-grená resolveram o dérbi da mesma maneira que o clássico, a partir dos 11 metros, com os tiros do infalível Messi. Venceu Diego López duas vezes e de diferentes maneiras, sem duvidar e pelo lado esquerdo da meta, enquanto que contra Casilla fingiu o chute para que ele dobrasse o joelho e a partir dessa pausa e pelo lado direito converteu o 0-1. O pênalti acabou com as opções no campo do irredutível Espanyol. Muito exaltada, a torcida pericasos dirá que o árbitro apitou contra sua equipe nas jogadas confusas, sobretudo nas áreas, uma maneira de sublinhar sua impotência frente aos fatos e também de negar os méritos do Barcelona. O videoteipe seguramente desmentirá que os azuis-grená ganharam por Clos Cómez. Nada novo, por outra parte, em um dérbi tão nervoso e pegado, variante e decidido por Lionel Messi. O mérito do Barça, errôneo ultimamente na interpretação dos ritmos de jogo, esteve em não se deixar levar pela corrente e afrontar o convite sem desculpas, confiante em sua classe e em seu 10.

Os barcelonistas aguentaram muitos maus momentos, especialmente no início dos tempos, quando os exaltados volantes azuis e brancos (David López e Victor Sánchez) isolaram os atacantes azuis-grená, fora de foco no início, com o vente a favor, e reaparecidos no final, tempo em que o relógio exigia pressa nas mudanças para Martino. Os detalhes jogaram a favor do barça, circunstância que ratifica o trabalho do Espanyol, incapacitados pelo esforço, contrariado pela miséria, nervoso com Clos Gómez, que não viu um possível pênalti de Mascherano a Javi López – a falta se deu sobre a linha da área – por outro lado puniu com a pena máxima uma mão do lateral, atrapalhado pelo corpo e os braços de Neymar.

Javi López personificou a partida por sua participação nas ações definitivas, transformado inclusive em goleiro depois da expulsão de Casilla, quando afastou com a mão fora da área um chapéu de Messi e Aguirre havia esgotado as mudanças do Espanyol. Ainda que a partida parecia resolvida com o gol do 10, nunca se renderam os azuis e branco, que lutaram de forma formidável com 0-0, com 0-1, com ou sem goleiro, capazes de forçar inclusive uma última jogada que exigiu a aparição de Piqué depois de um erro imenso de Mascherano. A competitividade azul e branca foi extrema frente a irregularidade e descontinuidade do Barça.

Talvez porque saiu escaldado de Zorilla (estádio do Valladolid) e dormiu no Camp Nou contra o Valencia, o Barça saiu muito esperto quando davam quatro horas na tarde erma de Cornellà-El Prat. Apesar da ausência de Iniesta, resguardado para a Champions por suas dores, os azuis-grená atuaram com tanta determinação e velocidade com a bola que alcançaram de forma reiterada a área de Casilla, sobretudo a partir dos cruzamentos de Dani Alves. Aos atacantes de Martino somente faltou tino para concretizar o excelente quarto de hora coletivo da equipe, excelente na maturação do encontro, rápido na criação de espaços, difícil de defender para o Espanyol. O Barça perdeu então para a frouxidão de Neymar.

O brasileiro bateu mal, sobretudo em uma assistência de Alves com o gol aberto e que, por tanto, só precisaria acompanhamento à rede. Nem se encontrou Messi, nem pelo alto nem por baixo, bem bloqueado pela zaga do Espanyol. Aguentaram os azuis e branco, solidários e bem posicionados, excelentes do ponto-de-vista físico, até quebrar a linha de contenção do Barcelona. Vulnerável e impreciso Busquets, muito abandonado pelos volantes, Pizzi se juntou a linha dos três quartos e conectou frequentemente com Sergio Garcia. O dérbi se transformou em uma partida de ida e volta, a gosto do Espanyol. Houve até três chegadas a frente de Pinto, um goleiro chegado ao suspense, para defender e sair jogando, muito diferente de Valdés.

A torcida pediu um gol em uma bola que o próprio Pinto deteve aparentemente na linha do gol, a Sergio Pinto o escapou uma finalização que parecia relativamente fácil e Mascherano derrubou a Javi López. Não sobrou outro remédio ao Barça que recuar, apertado pelo Espanyol, uma equipe intimidadora, nobre na disputa da bola, agressiva no corpo a corpo, indomável para o Barcelona. A valentia azul e branca obrigou os azuis-grená a se resguardar e agradecer o descanso, necessitados de ar e reforços, por mais que Martino custe a mudar, fora e dentro do Camp Nou

Não havia noticias dos atacantes do Barcelona e os meias custavam a controlar o jogo pela alta intesidade do Espanyol. Pressionavam em cima os azuis e branco, conscientes de que sua sorte passava pelos azuis-grená não evitarem a primeira linha de pressão, e se soltavam de vez em quando em alguns contragolpes em busca da sorte de Sergio García, aspirante a ser Lo Pelat, ou Tamudo, ou Urbano, o jogador do Espanyol que arruinava as aspirações do Barcelona na Liga. Assegurada a permanência na primeira divisão, não havia maior prêmio para os azuis e branco que abater o Barça. As repetidas entradas de Colotto, perdoado pelo árbitro, marcaram o limite para o Barcelona.

Apesar de que a equipe se engradeceu em excesso, como já é de costume, e confundiu a rapidez com a aceleração, não dobraram os azuis-grená, dispostos igualmente a jogar no limite, esperançosos que sua perseverança teria recompensa, como aconteceram quando reapareceram Neymar e Messi. A partir do pênalti, a partida virou a favor do Barça. O gol, a expulsão de Casilla e o giro de modificações certificaram a vitória do Barcelona. Jamais perdeu em Cornellà. Um dado tão curioso como que Messi ainda não havia marcado no novo campo do Espanyol. Até este sábado, em que debutou com um gol de pênalti que o dá muita vida na Liga.

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