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Puyol anuncia que deixará o Barcelona no final da temporada

O zagueiro de 35 anos anuncia que rescindirá seu contrato que terminaria em 2016 devido a problemas físicos

Puyol anuncia sua saída do Barça no final da temporada.Foto: atlas | Vídeo: vicens giménez
Jordi Quixano

Carles Puyol, de 35 anos, anunciou esta tarde que no final da temporada deixará de ser jogador do Barcelona. O zagueiro azul-grená, com contrato até junho de 2016, explicou que toma esta decisão devido aos problemas físicos que sofreu nos últimos meses, e que desconhece qual será seu futuro.

"Deixarei de ser jogador do Barça. O clube sabe, também o que e como será feito, e rescindirei o contrato de dois anos que faltam", disse Puyol, acompanhado pelos membros da equipe técnica, Andoni Zubizarreta, Carles Naval e Juanjo Brau, além de seu grande amigo de infância Javi e Iván de la Peña, que foi com os futebolistas da primeira equipe que estavam na cidade esportiva e não foram convocados pelas seleções (Piqué, Pinto, Bartra, Tello, Montoya, Afellay, Adriano, Oier e Duas Santos). Coerente com suas palavras, Carles Puyol (Pobla de Segur, Lleida, 1978) disse adeus ao Barça em um comparecimento que mal chegou a um minuto e meio.

“Após as duas últimas lesões, é mais difícil do que eu pensava e do que os cirurgiões me disseram”, argumentou a zagueiro. “Mas quero deixar claro que não saio hoje, porque ainda há meses de campeonato e tentarei ajudar o time a conseguir os objetivos da temporada.” Palavras de Puyol, que chegou a La Masia em 1995, quando assinou pelo juvenil após se destacar no Pobla, o time da sua cidade. Depois de passar pelo Barça C e o B, estreou na equipe principal em 2 de outubro de 1999, convidado por Van Gaal para enfrentar o Valladolid (0 a 2). Naquele momento era um jogador lateral, fantástico no choque e nas entradas, mas sem muito progresso pelos lados. Por isso, por suas qualidades físicas e capacidade de correção, deu um passo para se converter em zagueiro, ao mesmo tempo que recebia classes de tática e de jogo coletivo para compreender os mistérios da posição. Um afã de superação e liderança que marcou e definiu sua carreira, por mais que demorasse cinco temporadas para conseguir seu primeiro título. Desde esse momento, no entanto, não parou, com 392 jogos da Liga nas suas costas e um total de jogos que se aproxima dos 600, somente superado na Liga por Xavi (com 463), e agora com seis Ligas, três Champions, duas Copas, dois Mundiais de Clubes, duas Supercopa da Europa e seis Supercopas da Espanha. Além disso, foi 100 vezes para fora do país e participou dos Jogos Olímpicos (2000),  três Copas do Mundo e duas Eurocopas, e levou para casa os títulos europeu de 2008 e da Copa do Mundo de 2010. Na África do Sul entrou para a história pelo gol de cabeça contra a Alemanha nas semifinais.

A trajetória

Nasceu em 13 de abril de 1978 em La Pobla del Segur (Lleida)

Estreia com o Barcelona: 2 de outubro de 1999, com Louis van Gaal: Valladolid, 0; Barcelona, 2

392 jogos da Liga, 58 da Copa e 129 de competições europeias. 14 partidas em outros torneios. 18 gols ao todo.

Títulos com o Barcelona:

6 Ligas (2005, 2006, 2009, 2010, 2011, 2013)

6 Supercopas da Espanha (2005, 2006, 2009, 2010, 2011, 2013)

2 Copas do Rei (2009, 2012)

3 Ligas dos Campeões (2006, 2009, 2011)

2 Supercopas da Europa (2009, 2011)

2 Mundiais de Clubes (2009, 2011)

Com a Espanha

Estreia: 15 de novembro de 2000, com José Antonio Camacho, em Sevilha, em um amistoso contra a Holanda, no mesmo dia que Xavi também começava.

100 partidas internacionais e três gols.

Medalha de prata Jogos Olímpicos (2000)

1 Eurocopa (2008)

1 Mundial (2010)

Há tempo que corria esta notícia, porque é o zagueiro que menos conta para o técnico Martino, principalmente por que o seu joelho direito não possibilita muitos arranques e seu nível está longe do que era antes, ao mesmo tempo em que há semanas não disse nem piu quando pediram para que se manifestasse, como na derrota contra o Real Sociedad. Uma tese que ganhou forma e cor às 11 da manhã, porque o clube enviou um comunicado oficial para convocar uma coletiva de imprensa do capitão, que pedia a palavra e nada mais, dado que estava expressamente dito que não haveria abertura para perguntas. “Falei para o Rosell que não podia acompanhar o ritmo, que não cumpriria meu contrato”, indicou a princípio do discurso. “Me aposentar? Se continuo desfrutando, seguirei. Por enquanto, minha ideia é acabar a temporada e já veremos. Mas eu gostaria de continuar”, declarou em 9 de janeiro, após completar um jogo da Copa contra o Getafe. Agora, no entanto, a decisão mudou de rumo. “Não sei o que farei no futuro, mas sim que quero descansar depois de tantas lesões”, afirmou.

O capitão que levantou duas taças (a outra era a de Wembley, em 2011, e foi cedida a Abidal em um gesto solidário por sua batalha contra o câncer), lembrará também, entre muitas outras coisas, por esse gol na vitória do 6 a 2 no Bernabéu, quando beijou o bracelete. Puyol sempre disse que queria continuar jogando até os 40 anos. Agora, no entanto, se sabe que não fará isso no Barcelona. “Ao final da temporada haverá outra coletiva de imprensa para quem queira e possa vir, na qual me despedirei. Nesse dia responderei todas as perguntas”, disse, ao mesmo tempo em que foi aplaudido. Puyol, no entanto, já estava quase saindo pela porta.

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