As digitais brasileiras da maior rede social
O Facebook, que teve como sócio fundador o brasileiro Eduardo Saverin, faz parte da vida de 80 milhões de pessoas no país
Se um sexto da população global se encontra no Facebook, ou 16% do planeta, no Brasil a proporção é duas vezes e meia maior. Mais de 80 milhões de pessoas têm um perfil no Facebook, ou 40% dos habitantes do maior país da América do Sul. A comunicação fácil e uma espécie de competição por amigos virtuais fez da rede virtual, fundada por Mark Zuckerberg, se tornar uma febre permanente, e com um papel fundamental em momentos marcantes do país.
O Facebook teve um papel decisivo, por exemplo, nas manifestações de junho, como fonte alternativa de informações aos meios tradicionais. De celular na mão, os brasileiros reproduziam vídeos e imagens das ruas, convocando amigos a aumentar o coro dos protestos. As campanhas eleitorais também não foram mais as mesmas depois da chegada da rede social à vida dos jovens. São incontáveis os casos de políticos desmascarados por internautas que conhecem detalhes da vida real dessas pessoas públicas, desmentindo seus discursos oficiais.
O mesmo vale para o relacionamento com as empresas no Brasil. O Facebook se tornou o melhor meio de reclamação dos consumidores, muito mais eficiente que os órgãos de defesa de consumo, ou que os Serviços de Atendimento ao Cliente das companhias. Basta escrever “Eu odeio a empresa X…” ou deixar um post público na página da empresa alvo, e os problemas se solucionam como num passe de mágica.
O mesmo vale para o WhattsApp, num país onde há mais celulares que pessoas, o aplicativo de comunicação está presente em mais de 70% dos 70 milhões smartphones. Por que isso acontece? O custo exagerado das chamadas de telefonia poderia explicar. Mas, tanto o Facebook quanto o WhatsApp se beneficiam do fato de os brasileiros serem o que a indústria de tecnologia chama de “early adopters” de todos os tipos de gadgets ou aplicativos.
O Orkut, por exemplo, rede social que o Google desenvolveu, tinha mais usuários brasileiros do que qualquer outra nacionalidade. A possibilidade de encurtar distâncias, e a chance de oferecer uma janela de diversão e lazer num país carente de cultura pode ser uma das explicações.
O Facebook, por sinal, tem uma digital brasileira, uma vez que um dos cofundadores da rede é Eduardo Saverin, ex-colega de Zuckerberg em Harvard. Sua passagem pelo grupo foi retratada no filme "A Rede Social", e muitas especulações surgiram sobre sua saída – o CEO atual teria colocado o antigo parceiro para escanteio. Naturalizado americano desde os 13 anos, Saverin deixou os Estados Unidos sob a polêmica de ter renunciado à cidadania dos Estados Unidos para, evitar de pagar impostos à Receita Federal Americana. Instalado hoje em Cingapura, é um investidor em startups, e ganha com cada passo de Zuckerberg. Depois de uma briga na Justiça, reconquistou 5% das ações da rede.
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