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Ariana Grande, de estrela infantil à diva que enfurece a Casa Branca

Conheça a trajetória da cantora cujo show foi alvo de um atentado territórios em Manchester

Ariana Grande, em um show de 2015.
Ariana Grande, em um show de 2015.MAST IRHAM (EFE)

Como todas as outras divas pop atuais, com um passado de estrela infantil, Ariana Grande se esforçou muito para enterrar essa imagem de purpurina. Com polêmicas antipatrióticas, colaborações com músicos de outras gerações e declarações feministas contra a objetificação das cantoras pop. No entanto, tudo isso ficou foi ofuscado pelo atentado que matou pelo menos 22 pessoas na saída de um de seus shows em Manchester, no norte da Inglaterra. Em seu Twitter, a cantora —cujo público é formado sobretudo por adolescentes — lamentou a tragédia: “Estou destroçada. Do fundo do meu coração, sinto muito. Não tenho palavras.”

Seguindo o padrão de Miley Cyrus ou Selena Gómez, começou no mundo do espetáculo aos 16 anos. Em seu caso, como uma das protagonistas da série juvenil Nickelodeon Brilhante Victoria. Desde então, sua carreira e sua imagem foram se consolidando com prêmios e mensagens nas redes sociais. No ano passado, foi eleita melhor artista do ano pela American Music Awards. Em 2014, foi premiada pela MTV por seu vídeo Problem com a rapper australiana Iggy Azalea, e seus dois últimos álbuns foram indicados como melhor disco pop vocal no Grammy.

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Norte-americana, nascida na Flórida, em 1993, mas com raízes italianas e britânicas, Ariana protagonizou uma polêmica de grandes repercussões há dois anos. Um confronto que começou com uma lambida em um donut e terminou com e-mails vazados pelo Wikileaks. Depois de uma noite de festa, foi com seu namorado a uma confeitaria. Quando o vendedor deu lhe deu as costas, a cantora aproveitou para pegar um donut, dar um par de lambidas e devolvê-lo à bandeja.

A cena, registrada por câmeras de segurança da loja, acaba com uma frase de Grande ao namorado: “Odeio a América”. Redes sociais e tabloides se incendiaram, e a cantora pediu perdão publicamente: “Tenho muito orgulho de ser americana e minha frase foi tirada do contexto. Peço desculpas pela escolha inapropriada das palavras”.

O mea culpa acalmou seus fãs —105 milhões de seguidores no Instagram—, mas não tanto o establishment político. Uma série de e-mails divulgados pelo WikiLeaks no ano passado mostra que, em setembro de 2015, apenas alguns meses depois do incidente na loja de donuts, a Casa Branca organizou uma festa de gala para o então presidente Obama na qual a presença de Ariana Grande foi vetada. Nos e-mails vazados, Zachary Allen, coordenador de finanças do Partido Democrata, perguntou abertamente se era possível negar o acesso a Ariana Grande ao evento: “Podemos vetar Ariana Grande?”.

Eleitora declarada de Hillary Clinton na última eleição presidencial, sua declaração de princípios ocorreu no último Natal. “Não sou um pedaço de carne que um homem pode conseguir para usá-lo para seu prazer”, publicou em sua conta no Twitter — 45,5 milhões de seguidores. Foi a resposta a um fã que, depois de vê-la na rua com o namorado, disse ao rapper Mac Miller: “Estou vendo porque você a está pegando!”.

“Pode ser que, para alguns, não pareça grande coisa, mas me provocou náuseas e me senti coisificada — continuou a cantora nas redes sociais. Temos que falar desses momentos abertamente, porque são prejudiciais e persistem em nosso interior como uma vergonha. Precisamos compartilhar e falar sobre o que nos faz sentir desconfortáveis, porque, se não fizermos isso, simplesmente continuará.”

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