_
_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Netanyahu isola ainda mais Israel

Governos do mundo todo estão repetindo há anos que os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada são ilegais

Assentamento de Ramat Shlomo, na Palestina.
Assentamento de Ramat Shlomo, na Palestina.JIM HOLLANDER (EFE)
Mais informações
EDITORIAL | Sem mais assentamentos
As aldeias condenadas
Meio século de barreiras e postos de controle na Cisjordânia

A resolução 2334 aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU marca o que Governos do mundo todo estão repetindo há anos para Benjamin Netanyahu: a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada é ilegal, porque viola o direito internacional, e imoral, porque priva os palestinos de um Estado próprio.

Que a resolução tenha sido aprovada por todo o Conselho e com o voto de países que mantêm excelentes relações com Israel deveria levar o primeiro-ministro israelense a refletir sobre o grau perigoso de isolamento internacional em que se encontra o país. A reação imediata de ordenar a suspensão temporária de contatos com os países –incluindo a Espanha – que votaram a favor da resolução não é a forma mais inteligente de agir, pois torna mais evidente o isolamento.

Nos últimos anos, Netanyahu usou em sua estratégia internacional as mesmas manobras de sua política doméstica: contra todos, esperando sempre um giro inesperado favorável. Neste caso, o primeiro-ministro israelense aguarda a chegada de Donald Trump à Casa Branca no final de janeiro, mas isso – graças à decisão de se abster de Barack Obama – não cancela a resolução histórica.

Não podemos esquecer: Netanyahu aceitou apenas em 2009 que a paz em Israel só pode acontecer se palestinos tiverem seu próprio Estado. Desde então, ele repetiu isso em poucas ocasiões e sua aparente indiferença em relação à paz foi acompanhada por uma grande permissividade na expansão das colônias.

Especial menção merece a atuação irregular de Trump ao conseguir, com pressões, que o Egito retirasse uma primeira proposta de votação, como se já fosse presidente. É uma interferência inaceitável a favor de um Netanyahu que é especialista, como o norte-americano, na arte da interferência política e em fazer e dizer coisas perigosamente contraditórias.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_