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Milhares de pessoas vão à Paulista em manifestação contra PEC, anistia e Temer

Estimativa dos organizadores é de que 40.000 manifestantes tenham participado do ato. PM de São Paulo não divulgou os números oficialmente.

Manifestantes iniciaram ato às 15h, na Avenida Paulista.
Manifestantes iniciaram ato às 15h, na Avenida Paulista.Guilherme Padin

A Avenida Paulista recebeu, na tarde deste domingo, um protesto - o primeiro após o pedido de demissão de Geddel Vieira Lima - contra a PEC do teto de gastos, a anistia para o caixa 2 eleitoral e o Governo Temer. A frente Povo Sem Medo, organizadora do ato, estimou que 40.000 pessoas tenham participado da manifestação. A Polícia Militar de São Paulo não divulgou os números oficialmente, mas policiais que estavam no local estipularam pouco mais de 5.000 manifestantes.

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Com início previsto para as 15h, o ato permaneceu na avenida até pouco depois das 17h, quando seguiu seu trajeto para a Praça Roosevelt, no centro da cidade, onde foi encerrado. Horas antes, em pronunciamento oficial, o presidente Michel Temer anunciou o veto à anistia ao caixa 2. Presente no protesto, o deputado federal eleito pelo PSOL, Ivan Valente, afirmou que há uma contradição no Partido dos Trabalhadores, tendo em vista que parte dos políticos da sigla defende a anistia. "O PT conseguiu o carimbo de corrupção, o que é péssimo para a esquerda no país. Nós não apoiamos o partido nessa defesa à anistia", garantiu ele, que criticou ainda a postura de Temer diante do caso do agora ex-ministro Geddel Vieira. "Isso causa pressão na Odebrecht. A seletividade não pode prevalecer", afirmou.

Para Mário Constantino, publicitário e membro da frente Povo Sem Medo, a PEC e a anistia são "uma afronta à democracia". Assim como Valente, ele acredita que haja um contrassenso no PT, e vê no PSOL a representação, "ainda que fraca", dos movimentos ligados à esquerda no Brasil. Assim como no protesto deste domingo, haverá, no próximo dia 4, um protesto ligado ao MBL (Movimento Brasil Livre), que também se opõe à anistia. Para Mário, porém, não há concordância entre os dois lados: "Neste caso, o que queremos é a mesma coisa, mas o que nos leva ao protesto são motivos diferentes".

O ato permaneceu por duas horas na Av. Paulista antes de seguir seu trajeto.
O ato permaneceu por duas horas na Av. Paulista antes de seguir seu trajeto.Guilherme Padin

O professor José Hugo Ferreira de Souza, de 54 anos, defende o retorno de Dilma Rousseff à presidência da República, e crê que apesar de alguns fatores externos atrapalharem o protesto deste domingo, o saldo das manifestações em 2016 é positivo: "Desde novo eu participo de manifestações assim, e nunca vi algo como este ano de 2016, com tantas mobilizações por parte do povo brasileiro". Além da frente Povo Sem Medo, o ato teve a presença do MST, do MTST e da CUT, e nomes como os de Eduardo Suplicy, Lindberg Farias, Luiza Erundina, Ivan Valente e do músico Chico César, que também se juntaram no trajeto da Paulista à Praça Roosevelt e colaboraram no aumento do número de manifestantes, que esperava-se ser baixo após confirmadas as ausências de Lula e Mujica.

Com o cancelamento das presenças de Lula e José Alberto Mujica, respectivamente os ex-presidentes de Brasil e Uruguai, a decisão do título palmeirense no Campeonato Brasileiro e a realização da Fuvest, um dos maiores vestibulares do país, o domingo de ato foi diferente do que se esperava. Na opinião dos manifestantes presentes, estes fatores influenciaram muito no número de pessoas protestando na Avenida Paulista. Eliana Stillo, 48, historiadora, considera que "as manifestações precisam ser mais organizadas". Hoje desempregada, ela acredita que se o Governo Temer se consolidar, as classes mais pobres serão tratadas como um problema.

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