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Posse de Michel Temer após o impeachment de Dilma Rousseff

Parlamentares mantêm, porém, os direitos políticos da petista. Michel Temer assume a presidência definitivamente

Senadores a favor do impeachment comemoram.
Senadores a favor do impeachment comemoram.ANDRESSA ANHOLETE (AFP)

O Senado Federal aprovou, por 61 votos a favor e 20 contra, o impeachment de Dilma Rousseff nesta quarta-feira, 31 de agosto. Porém, os senadores decidiram manter os direitos políticos dela. Ainda não está claro se ela poderá concorrer a cargos eletivos. Assim, a petista teve o mandato cassado e Michel Temer (PMDB) assume definitivamente a presidência da República. O julgamento do impeachment ocorre nove meses após o início do protesto contra Dilma Rousseff e depois de seis dias de discussões entre parlamentares, defesa e acusação no Congresso. Temer tomou posse em cerimônia rápida no Senado e discursou diante dos ministros. Ele cobrou lealdade dos partidos ao Governo e defesa em relação aos petistas: "Golpista é você, que é contra a Constituição".  

Veja a cobertura completa da posse de Michel Temer e os desdobramentos do impeachment de Dilma Rousseff:

Para finalizar a cobertura, o balanço dos primeiros momentos do novo Governo: Temer e uma estreia com crise na base aliada http://cort.as/l_pI
Decisão de manter direitos políticos de Dilma pode beneficiar Cunha http://cort.as/l_pE
Dilma: “A história será implacável com os que hoje se julgam vencedores” http://cort.as/l_p3
Eixo bolivariano condena o “golpe”, enquanto Argentina “respeita o processo” http://cort.as/l_ma
O ministro brasileiro das Relações Exteriores, José Serra, convocou para consultas os embaixadores da Venezuela, Bolívia e Equador que estão sediados em Brasília. Os três países, além de Cuba, criticaram o impeachment de Dilma e disseram que o Brasil passa por um golpe.
Uma equipe de jornalistas da Rede Record foi agredida na tarde de hoje em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília. Os agressores eram manifestantes contrários ao impeachment, conforme demonstra o vídeo:
Ponto de ônibus destruído na rua Ipiranga, no centro de São Paulo.
São Paulo - O protesto contra o impeachment de Dilma estava tranquilo até chegar no centro de São Paulo. A partir daí, virou uma guerra, com muitas bombas disparadas pela PM e agências de banco destruídas por black blocs como essa, do Bradesco, na rua Ipiranga.
Há registros de depredações de lojas e pontos de ônibus na região da praça Roosevelt
Vídeo mostra o barulho das bombas em São Paulo.
A manifestação contra o impeachment está dispersada agora.
Muitas bombas de gás atiradas pela polícia neste momento na rua da Consolação, na altura da praça Roosevelt
São Paulo - A manifestação contra o impeachment de Dilma corria pacífica até a metade da rua Consolação, quando a PM lançou bombas de efeito moral nos manifestantes. Houve corre-corre e o protesto parou na altura da rua Maria Antonia.
Durante o pronunciamento de Michel Temer, muitas vaias e gritos de "Fora Temer" e "golpista" em Santa Cecília, no centro de São Paulo. Alguns também gritaram contra Dilma e bateram panelas, mas a maioria das vaias se dirigiram a Temer.
Ao falar das reformas que pretende tocar, Temer disse que "nosso objetivo é garantir um sistema de aposentadorias pagas em dia, que proteja os idosos sem punir os mais jovens". "O caminho é desafiador, mas o pior já passou", disse o presidente.
Dirigindo-se aos brasileiros, Temer disse que o Governo é "como a sua família", que tem de reduzir despesas quando está endividada. Ele destacou que seu Governo já propôs um teto para as despesas públicas, pois deve gastar apenas o que arrecada.
Em cadeia de rádio e televisão, Temer disse que recebeu um "país mergulhado em uma crise econômica", com quase 12 milhões de desempregados. "Meu compromisso é de resgatar a força da nossa economia e recolocar o Brasil nos trilhos", disse o presidente.
Um grupo de manifestantes atou fogo em sacos de lixo e bloqueiam uma faixa da rua da Consolação, sentido bairro. O protesto segue no sentido centro.
"O momento é de esperança e de retomada da confianca no Brasil", disse o agora presidente Michel Temer em seu primeiro pronunciamento à nação. "Tenho consciência do tamanho e do peso da responsabilidade que carrego nos ombros".
A manifestação contra Temer e o impeachment de Dilma está descendo a Consolação no sentido do centro de São Paulo. O protesto se dirige para o prédio do jornal Folha de S. Paulo, na rua Barão de Limeira. A Polícia Militar faz a escolta dos manifestantes.

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