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FMI prevê maior recessão na Argentina em 2016 e queda de 10% do PIB da Venezuela

Resultado da economia venezuelana é o pior do mundo Organismo prevê que a economia argentina se recuperará em 2017 e crescerá 2,8%

Funcionário da empresa Kimberly-Clark em Maracay, Venezuela.
Funcionário da empresa Kimberly-Clark em Maracay, Venezuela.FEDERICO PARRA (AFP)

O Fundo Monetário Internacional é taxativo ao analisar a situação da Venezuela. É a economia com o pior rendimento do mundo, tanto em termos de Produto Interno Bruto (PIB) como de inflação. O organismo internacional projeta agora uma contração de 10% no país latino-americano neste ano; ou seja, dois pontos percentuais a mais do que a previsão de abril. Para o ano que vem, mantém uma recessão de 4,5%. O Fundo também é pessimista com a Argentina, apesar da troca de Governo no final do ano passado e o otimismo que o atual presidente Mauricio Macri gerou nos agentes econômicos. Para o FMI, a queda da economia argentina neste ano será de 1,5%, em vez do 1% antevisto há três meses,

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A retificação das perspectivas para a Venezuela, apenas três meses depois de uma previsão já ruim, se explica pelos problemas de abastecimento elétrico no país, que agravam a profunda crise. “As condições econômicas da Venezuela continuam se deteriorando, com distorções das políticas e desequilíbrios fiscais que continuam sem solução”, aponta Alejandro Werner, economista-chefe do FMI para a América Latina. O órgão prevê que a inflação irá superar os 700% neste ano, acima dos 500% previstos anteriormente.

Werner fez um apelo para que o Governo de Nicolás Maduro adote mudanças que permitam estabilizar a situação e atender às crescentes necessidades da população. A recuperação no preço do petróleo também poderia contribuir positivamente. A nova projeção do organismo dirigido por Christine Lagarde está mais alinhada com a do Banco Mundial, que em junho calculou uma contração de 10,1% para este ano na Venezuela.

No caso da Argentina, Werner explica que “o consumo foi mais fraco do que o esperado” no começo deste exercício, e que o investimento privado está chegando “com mais atraso”. A atual fase de ajustes na economia, admite, é importante. Mas observa que há muita margem para recuperação, e antevê que isso começará a acontecer no final deste ano.

Nesse sentido, o organismo mantém um crescimento de 2,8% para a economia argentina em 2017, colocando o país quase em pé de igualdade com a Colômbia, que crescerá 3% no ano que vem, e acima do México, que terá um aumento de 2,6% no PIB, segundo as previsões do Fundo. O Peru será o país com as maiores taxas de crescimento da região, com 3,7% em 2016 e 4,1% em 2017. O PIB brasileiro encolherá 3,3% neste ano e se recuperará ligeiramente no ano que vem, com um crescimento de 0,5%.

O FMI já antecipara na terça-feira que o conjunto da região sofrerá uma contração de 0,4% em 2016 e um crescimento de 1,6% em 2017. Esse ajuste se explica pela recuperação do mercado das matérias primas e da energia. “As condições, tanto externas como internas, melhoraram”, anunciou Werner, “mas as perspectivas ainda são incertas”. O economista assegura que o impacto da saída do Reino Unido da União Europeia será “limitado” na América Latina.

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