Brasil tem a maior inflação oficial em 13 anos, encerrando 2015 em 10,67%
Índice é muito superior ao teto da meta do Governo Dilma, que era de 6,5% IPCA de dezembro variou 0,96%, , também a taxa mais alta para o mês desde 2002
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, fechou 2015 em 10,67%, superando —em muito— o teto da meta inflacionária estabelecida pela equipe econômica do Governo Dilma Rousseff para o ano, que era de 6,5%. Trata-se da taxa acumulada mais elevada desde 2002 (12,53%), conforme dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2014, a inflação oficial ficou em 6,41%.
O brasileiro passou a pagar mais caro no ano passado por todos os grupos de produtos e serviços que compõem o custo de vida, principalmente habitação (alta de 18,31%, contra 8,80% em 2014), alimentação e bebida (12,03% em 2015, ante 8,03% no ano anterior), e transporte (10,16% no ano passado, frente à 3,75% em 2014).
É a primeira vez desde 2003, primeiro ano do Governo do ex-presidente Lula, que a inflação oficial superou a meta estabelecida Conselho Monetário Nacional. Apesar da alta, o índice ainda ficou abaixo da previsão dos analistas, que previam um acréscimo em dezembro de 1,05%, acumulando em 12 meses alta de 10,77%, segundo pesquisa da Reuters.
Em 2015, a cebola ficou 60,61% mais cara; mas também ficou mais caro comprar alho (53,66%)
A notícia, contudo, não chega a ser uma surpresa. No primeiro trimestre do ano passado, o Banco Central já havia admitido (pela primeira vez em 12 anos), que a inflação deveria estourar a meta. Entretanto, na ocasião, a expectativa do BC é que o índice atingiria 8% em dezembro. O mercado, porém, já previa que a alta de preços viria num patamar maior que o esperado pela equipe econômica do Governo.
Em dezembro, o IPCA subiu 0,96%, também a maior taxa mensal para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%), embora tenha ficado 0,05 ponto percentual abaixo da taxa de novembro (1,01%).
Cebola e alho: os vilões do orçamento doméstico
A alta no preço dos alimentos foi generalizada, mas alguns itens básicos que compõem o prato do brasileiro diariamente tiveram um aumento bastante expressivo. Em 2015, a cebola ficou 60,61% mais cara; mas também ficou mais caro comprar alho (53,66%), tomate (47,45%), a batata-inglesa (34,18%) e o feijão-carioca (30,38%).
Também ficou mais caro comprar frango inteiro (alta de 13,42% em 2015, contra 2,01% no ano anterior), e carne, embora esta tenha sofrido uma elevação do preço menor que a comparação com 2014 (12,48% em 2015, diante de 22,21% no ano anterior). O pãozinho também está mais caro: variação de 12,05% no ano passado.
Fora de casa, também ficou mais caro tomar cafezinho na rua (15,67%) e cerveja (13,21%).
Outras contas que subiram
Também pesaram no bolso do consumidor o aumento das tarifas domésticas, como a conta de energia elétrica (51% a média nacional, sendo que em São Paulo esse percentual chega a 70,97%). O botijão de gás também teve um aumento médio de 22,55% (tornando ainda mais pesado o impacto da alta dos alimentos, já que ambos estão diretamente relacionados. Já as contas de água e esgoto subiram 14,75%, enquanto o aluguel aumentou 7,83%; o condomínio foi a 9,72% e os artigos de limpeza para 9,56%.
Já em relação aos transportes, a variação do preço dos combustíveis foi 21,43%, sendo que o litro da gasolina subiu 20,10% em média, , enquanto o etanol teve um aumento médio de 29,63%, ambos variando mais ou menos dependendo da região do país.
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