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Fusão da Dow Chemical e DuPont cria maior empresa do setor químico

Fusão da Dow Chemical e DuPont, e posterior separação em três unidades, levará três anos

Logo da Dow Chemical em um painel da Bolsa de Nova York.
Logo da Dow Chemical em um painel da Bolsa de Nova York.L. JACKSON (REUTERS)

As multinacionais do setor químico Dow Chemical e DuPont confirmaram que estão em processo para integrar suas operações, em uma fusão de iguais que dará origem à maior empresa do segmento em escala global, à frente da BASF. A fusão, que deve ser concluída em meados de 2016, será apenas o primeiro passo de uma operação complexa. A nova empresa, que será chamada de DowDuPont, será dividida em três unidades, processo que deve levar de 18 a 24 meses para ser concluído.

A transação será feita através de uma troca de ações, sem nenhum dinheiro envolvido. Os acionistas da DuPont receberão 1,282 ação da nova DowDuPont, enquanto os da Dow Chemical ficarão com uma. A empresa combinada terá uma capitalização de mercado de 130 bilhões de dólares (cerca de 500 bilhões de reais) e um volume de negócios total de 83 bilhões de dólares (322 bilhões de reais).

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A fusão une duas companhias centenárias da aristocracia corporativa norte-americana e que acumulam um rico legado. Além disso, é uma das três maiores operações anunciadas este ano no mundo corporativo, ao lado da aquisição da Allergan pela Pfizer e da fusão das cervejarias Anheuser-Busch InBev e SABMiller. O valor dos acordos totaliza 4,35 bilhões de dólares (16,8 bilhões de reais), segundo a Dealogic, superando o recorde de 2007.

A integração das duas empresas químicas criará sinergias avaliadas em 3 bilhões de dólares e, com a fusão, a estimativa é de uma economia de 700 milhões de dólares em custos para o ano fiscal de 2016. As duas empresas anunciaram custos de 780 milhões de dólares decorrentes da operação. Por enquanto, as companhias não informaram como o processo de fusão afetará o quadro de funcionários, que totaliza 120.000 pessoas no mundo todo.

Agora, a proposta de fusão deve ser submetida à aprovação das autoridades de defesa da concorrência. Para conseguir dar andamento à fusão em diferentes países, a DowDuPont planeja se dividir em três empresas independentes, que por sua vez serão líderes em seus segmentos. De um lado, vai ficar a unidade dedicada ao setor agrícola, com receitas de 19 bilhões de dólares, e que inclui a produção de sementes, pesticidas e outros produtos para o campo.

A fusão une duas companhias centenárias da aristocracia corporativa norte-americana e que acumulam um rico legado

A segunda unidade vai se concentrar nas ciências de materiais, a mais poderosa, com vendas anuais de 51 bilhões de dólares. Será uma empresa puramente industrial concentrada no desenvolvimento de plásticos para o transporte, embalagens e construção. A terceira empresa terá foco em produtos para nutrição, biociência, eletrônica e segurança, com vendas de 13 bilhões de dólares. Será maior do que a Monsanto.

Estrutura mais ágil

Andrew Liveris, que será o presidente do conselho da nova DowDuPont, diz que a integração "responde à visão que tínhamos há mais de uma década". Mas as mudanças que a indústria está experimentando, a volatilidade dos preços e as novas tecnologias deram o empurrão para que as empresas levassem o negócio adiante. Edward Bree, que será o diretor-presidente, disse que a separação das operações irá permitir um melhor aproveitamento das oportunidades e a agilidade no longo prazo.

A fusão e posterior separação também são uma resposta às expectativas de investidores ativistas como Nelson Peltz e Dan Loeb, que buscavam uma mudança de gestão e das estruturas para aproveitar melhor o potencial dos negócios com maior crescimento. Isso levou à demissão surpresa em meados deste ano de Ellen Kullman, que estava no comando da DuPont.

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