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EDITORIAL
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

O tempo está se esgotando

Israelenses e palestinos têm de se sentar o mais rapidamente possível para negociar, com honradez de ambos os lados, um acordo de paz

Equipes de socorro israelenses no local de um atentado em Jerusalém.
Equipes de socorro israelenses no local de um atentado em Jerusalém.Ilia Yefimovich (Getty Images)

A violenta terça-feira, com três israelenses mortos e vinte feridos em atentados realizados por palestinos (dois dos quais morreram alvejados pela polícia), deveria se tornar –em vez de ser mais um passo numa escalada preocupante– um ponto de inflexão a partir do qual os líderes políticos israelenses e palestinianos compreendam que a situação é insustentável. O chamado status quo –a ocupação israelense da Cisjordânia e o não reconhecimento do direito de Israel a um Estado seguro– não pode se prolongar por mais tempo.

Israelenses e palestinos tem que se sentar o mais rapidamente possível para negociar, com honradez de ambos os lados, um acordo de paz. Os governantes devem parar de jogar com uma visão de curto prazo não somente em relação ao outro, mas também em termos de suas respectivas políticas internas. Os cidadãos israelenses baleados, atropelados e esfaqueados na terça-feira não devem se tornar mais um número para acrescentar à longa lista de mortos e feridos que esse conflito causa há quase 50 anos em uma interminável cadeia de ação e reação em que tudo se reduz a um quem começou primeiro e o máximo que se consegue é uma trégua à espera da próxima explosão.

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A discussão sobre se assistimos a episódios ocasionais resultantes da imitação ou a uma Intifada dos punhais é irrelevante diante do direito dos israelenses a viver em paz, sem ataques a centros comerciais e pontos de ônibus, e frente à urgência de encontrar uma solução justa e permanente para o conflito. A região está literalmente incendiada pela guerra com um grau de violência e instabilidade nunca vistos em décadas. E com o surgimento de um ator –o Estado islâmico– para quem um novo confronto aberto entre israelenses e palestinos seria uma notícia muito boa. O presidente palestino Mahmoud Abbas precisa entender que declarar enterrados os acordos de Oslo não o exime de controlar os seus e sentar para negociar com Israel. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu precisa estar consciente da sua responsabilidade na ausência de um horizonte de negociação e de que é impossível prolongar essa situação sem continuar causando um gravíssimo prejuízo aos palestinos e à própria sociedade israelense. O tempo está se esgotando. E ambos precisam agir.

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