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Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Sinais inquietantes

A crise chinesa e o previsto aumento de juros do Fed elevam o temor de uma desaceleração mundial

Operadores da Bolsa de Nova York nesta sexta-feira.
Operadores da Bolsa de Nova York nesta sexta-feira.Richard Drew (AP)

A economia global atravessa uma situação delicada. A desaceleração chinesa causa danos no comércio mundial, que tendem a se intensificar com o passar do tempo, se as autoridades de Pequim não corrigirem a situação; o aumento dos juros nos Estados Unidos, inevitável porque não se pode manter indefinidamente uma política monetária expansionista, causa preocupação nos países emergentes, já antecipando uma saída de investimentos em busca de mercados mais bem remunerados; as Bolsas, atingidas pela crise chinesa e a esperada mudança monetária do Federal Reserve, transmitem seu nervosismo para a economia real. E tudo isso é projetada sobre uma fraca recuperação mundial, como não se cansa de repetir o Fundo Monetário Internacional.

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É prematuro somar-se à tese pessimista de que se aproxima uma nova recessão. Talvez não seja para tanto, já que as economias principais se movem entre oceanos de liquidez e preços baixos do petróleo. Mas devemos estar preparados para o impacto sobre as economias emergentes (Rússia, Brasil, México...), que se traduzirá em necessidades de ajustes orçamentários de intensidade variável, dependendo de cada situação (no caso da Venezuela, é claro, o ajuste terá que ser muito forte). Os países mais importantes da América Latina necessitam de reformas estruturais (das autênticas: fiscais, administrativas e de liberalização dos mercados) para limitar os efeitos das recessões que, sistematicamente, atacam primeiro e com mais intensidade na área.

A economia espanhola não vai se livrar do impacto. É razoável esperar uma perda moderada de impulso no crescimento (no terceiro trimestre, a taxa trimestral caiu para 0,8%, em comparação com 0,9% e 1% dos dois anteriores) e uma diminuição na velocidade da criação de empregos. Se esta última desaceleração for confirmada, é provável que a recuperação não atinja os níveis de prosperidade prévios a 2008.

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