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Sabesp vai aumentar conta de água em mais de 15% a partir de junho

Agência reguladora aprova reajuste extraordinário da tarifa

María Martín
Conta de água da Sabesp.
Conta de água da Sabesp.: Marcos Santos/ Jornal da USP

A conta de água e esgoto dos mais de 25 milhões de clientes da Sabesp em São Paulo vai ficar 15,24% mais cara a partir de junho. A Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) autorizou na noite desta segunda-feira o reajuste baseado no aumento dos custos da energia elétrica e a redução da demanda causada pela própria crise hídrica. O aumento deve começar a vigorar em junho, 30 dias depois da sua publicação no Diário Oficial do Estado. O valor equivale a quase o dobro da inflação anual de abril, pelo IPCA, de 7,8%.

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A Arsesp já tinha aprovado no final de março um aumento de 13,8% da tarifa e convocou uma audiência pública para avaliar a autorização de um aumento maior pretendido pela Sabesp de 22,8% para “garantir o equilíbrio econômico-financeiro” da companhia durante a crise. A Agência não aceitou nenhum dos argumentos apresentados contra o aumento pela Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp), a associação de consumidores Proteste, pelo Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec), pelo Greenpeace e pelo coletivo Luta pela Água. Muitos desses argumentos defenderam que o reajuste acima da inflação pretendido pela estatal decorre da própria crise e "em grande medida da falta de sua gestão", e "não podem ser repassados indefinidamente ao consumidor".

A Arsesp justifica o aumento de 13,87% para 15,24% devido a "alterações nos custos unitários de energia elétrica e nos componentes da demanda no plano de negócios" da Sabesp,

O último reajuste na conta de água, de 6,49%, foi feito em dezembro. A proposta da Sabesp e sua autorização parcial chega pouco tempo depois da companhia ter anunciado queda de 53% nos lucros – de 1,9 bilhão de reais de lucro líquido em 2013 ante 903 milhões este ano – e pagamento de 504.000 reais em bônus para seus diretores referentes ao desempenho da empresa em 2014, ano do agravamento da crise.

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