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A “nuvem de livros” brasileiros chega à Espanha

O empresário Jonas Suassuna desembarca com sua plataforma de assinaturas

Antonio Jiménez Barca
EFE

Há oito anos, o empresário e editor Jonas Suassuna, presidente do grupo brasileiro Gol, teve uma intuição: “Tudo está virando digital. Os livros também e isso vai ocorrer rapidamente”. Hoje, em 2015, aquela reflexão é algo óbvio. Naquela época, nem tanto. Suassuna acreditou no que dizia seu instinto e começou a preparar uma grande biblioteca virtual. Assegura que, para se inspirar, também pensou nas dimensões continentais de seu país e em uma das suas necessidades mais urgentes. “Imaginei a quantidade de escolas que havia no Brasil sem livros e em uma maneira de levar esses livros a essas escolas. Não havia a menor oportunidade de levar livros até lugares remotos. O segredo estava na Internet. O segredo estava em construir uma grande biblioteca, não uma grande livraria”.

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Durante os anos seguintes dedicou-se, com sua equipe, a criar o suporte digital adequado. Também a visitar todas as feiras literárias mundiais mais importantes. Então, em 2011, criou a Nuvem de Livros que, através de uma assinatura, dava acesso a um sistema semelhante ao streaming a cerca de 14.000 títulos em português.

Desde esse momento, a empresa de Suassuna conta com 2,5 milhões de usuários no Brasil, entre eles um grande número dessas escolas remotas que o empresário sonhava em inundar de livros, virtuais ou físicos. Agora, Suassuna, aliado à empresa de telecomunicações Orange, desembarca na Espanha em abril. Pagando 3,99 euros (13 reais) por mês, o cliente terá acesso a mais de 3.000 títulos, mais os 400.000 volumes da Fundação Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes.

De seu escritório no Rio de Janeiro, com uma veemência que é parte de sua personalidade expansiva, relata que alguns anos atrás ninguém acreditava em sua ideia. Agora está competindo com a própria Amazon. “Isso me deixa orgulhoso: é a Amazon que deve ficar com medo”. O empresário acrescenta que outra diferença com a grande plataforma norte-americana é que a Nuvem de Livros “nasce com um espírito familiar, controlado, sem passar por nosso pessoal especialista não é possível colocar nenhum livro em nossa biblioteca”. E acrescenta: “Tampouco aceitamos a autopublicação. O que pode servir para outras plataformas, e de fato é parte da essência delas, não vale para nós. Acreditamos no trabalho de uma editora, de editores, como passo anterior à publicação de um livro, como filtro entre o escritor e os leitores”. Em sua opinião, “a Internet é tudo: pode ser um esgoto a céu aberto, por isso é necessário que existam lugares onde seja aplicado certo nível de exigência”. O catálogo, em espanhol, por enquanto, inclui, em ficção, sobretudo clássicos, e em outras áreas, livros educativos, atlas, jogos educativos e audiobooks.

O objetivo do ambicioso empresário brasileiro não é ficar somente na Espanha: “Escolhemos a Espanha como base de operações, em primeiro lugar, porque sou apaixonado por essa terra e, segundo, porque é a base ideal para se espalhar depois pelo mercado latino-americano”. Suassuna diz que outro fator que o levou a se dirigir a Madri foi o mercado editorial espanhol: “Aqui estão os melhores editores da Europa”. A intenção da Nuvem de Livros é dar o salto, posteriormente, ao complicado mercado editorial francês.

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