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Dilma reage a sequência de baixas no Governo e anuncia dois ministros

Ex-deputado assume Secretaria de Comunicação Social e filósofo comandará Educação

Rodolfo Borges
Janine Ribeiro participa do programa Café Filosófico.
Janine Ribeiro participa do programa Café Filosófico.Tatiana Ferro

Após contar duas baixas em apenas sete dias em seu ministério, a presidenta Dilma Rousseff tirou a sexta-feira para recompor a Esplanada dos Ministérios. Logo pela manhã, o ex-deputado estadual petista Edinho Silva, que foi o tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição, foi anunciado para comandar a Secretaria de Comunicação Social no lugar de Thomas Traumann, que deixou o posto na sequência do vazamento de críticas internas sobre a comunicação do Governo. Horas depois, no início da noite, o filósofo Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia política da Universidade de São Paulo (USP), foi confirmado no Ministério da Educação.

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Janine Ribeiro, que, apesar de ter afinidade por bandeiras de partidos como PT e PSOL, não tem filiação partidária e não vinha sendo cotado nas especulações para o cargo, entra no lugar de Cid Gomes, que deixou o Ministério da Educação após bate-boca com deputados no Congresso. Diante da possibilidade de que outro político assumisse a educação do Governo cujo lema Dilma definiu como "Pátria Educadora", o nome de um professor de ética respeitado no meio acadêmico e de esquerda tende a ser bem recebido no meio educacional.

Ex-ministro da Educação e ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB), o senador Cristovam Buarque (PDT) deu uma pausa nas críticas ao Governo para elogiar, via Facebook, o futuro ministro, que toma posse no dia 6 de abril: "Para o presente, [o ministro da Fazenda Joaquim] Levy pode ser o mais importante ministro atualmente no Brasil, mas para o futuro, mais importante é o Renato Janine". O escolhido por Dilma foi diretor de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação, de 2004 a 2008.

Se satisfaz os especialistas da área por um lado, a presidenta terá de lidar com possíveis insatisfações de partidos que contavam com mais um posto na Esplanada dos Ministérios — não por acaso o deputado peemedebista licenciado Gabriel Chalita, que comanda a Secretaria municipal de Educação de São Paulo, apareceu em apostas para assumir o Ministério da Educação. E, por falar em política, o movimento da presidenta foi oposto na escolha para a Secretaria de Comunicação, de onde saiu um jornalista para entrar um político. O presidente do PT, Rui Falcão, gostou, como deixou claro por meio do Twitter: “Edinho e Renato Janine: dois ótimos nomes no Ministério!”

Para completar a sexta-feira de anúncios, o Governo indicou o presidente da Vale, Murilo Ferreira, para assumir a presidência do Conselho de Administração da Petrobras a partir do dia 29 de abril. A expectativa é que até lá o balanço com as perdas da empresa motivadas por corrupção já tenha sido publicado. O anúncio de Ferreira foi feito um dia depois de o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, assumir o posto temporariamente, substituindo o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Apesar de a presidenta ter dito que não pretende fazer reforma ministerial, além das trocas confirmadas nesta sexta-feira ainda é esperada a indicação do ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB) para o Ministério do Turismo, comandado atualmente por Vinícius Lage.

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