Manifestação das panelas surpreende e reacende polarização no país
Enquanto protestos contra Dilma faziam barulho, partidários zombaram do panelaço Movimento contra o Governo foi articulado previamente nas redes sociais
Vaias, gritos de “Fora PT”, panelas batendo e buzinas foram ouvidos, na noite deste domingo, em pelo menos 12 capitais do país, segundo os relatos dos jornais desta segunda-feira, dia 9, durante o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff na televisão. Embora tenha sido articulada pelas redes sociais e por mensagens trocadas via Whatsapp, a manifestação, ainda que não tenha sido maciça, pegou o país de surpresa, e marcou o primeiro discurso da presidenta em cadeia nacional, após a divulgação da lista de políticos que serão investigados na operação Lava Jato.
Nas janelas dos prédios, alguns moradores xingavam a presidenta enquanto Dilma pedia paciência à população e coragem para enfrentar a corrupção. Os panelaços registrados em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Belém, Recife, Maceió e Fortaleza foram uma resposta à convocação de diferentes grupos favoráveis ao impeachment da presidente para o protesto.
Uma das mensagens dizia: "PANELAÇO NAS JANELAS no momento do pronunciamento da presidente Dilma em rede nacional em comemoração ao dia internacional da Mulher, oportunidade em que defenderá o Governo e lançará um pacote anticorrupção. Vamos todos para as janelas e vaiar muito. Tb vale disparar alarmes de casas e carros! Passe adiante!".
O grupo VemPraRua.net pedia, na tarde deste domingo, em sua página no Facebook, que os usuários gravassem a reação ao discurso de Dilma e enviasse o vídeo por celulares. O grupo Revoltados Online também convocou os internautas para a manifestação.
Quando o pronunciamento começou, a internet se transformou em palco de manifestações anti-Dilma e a favor da presidenta. No Twitter, a hashtag #VaiaDilma atingiu o primeiro lugar nos Trend Topics do Twitter durante a madrugada e continuava no mesmo posto na manhã desta segunda-feira. Ao mesmo tempo, a hashtag #DilmadaMulher, em apoio à presidenta, também entrou para o trending topics durante a cadeia nacional.
Enquanto os protestos contra Dilma faziam barulho, eleitores da presidenta criticavam o panelaço e o "mimimi" dos opositores. "Enquanto os playboys gritam de suas varandas gourmet, com panela na mão, a periferia está com a panela na mesa cheia de comida", escreveu uma partidária do PT no Twitter. Outra mensagem, replicada nas redes, pedia que as pessoas não participassem da manifestação do dia 15 de março. "Eleição é coisa séria e histeria a gente trata com análise", dizia o post.
O secretário de comunicação do PT, José Américo Dias, minimizou o movimento contra o Governo e afirmou que “apesar da intensa convocação e dos investimentos na divulgação do protesto, a mobilização não repercutiu nas áreas populares e perdeu o alcance”.
Em São Paulo, o som das panelas foi registrado em bairros como Aclimação, Pinheiros, Santana, Vila Leopoldina, Brooklin, Vila Mariana, Perdizes, Moema, Itaim Bibi, Vila Olímpia e Morumbi. Em Brasília, em Águas Claras, no Sudoeste, em Guará, nas Norte e Sul e Eixo Monumental. Já no Rio de Janeiro, as manifestações se concentraram no Recreio dos Bandeirantes e em Ipanema. Em Belo Horizonte, na regiões Centro-Sul.
Prévia do 15 de março
O panelaço registrado também foi considerado uma prévia do movimento convocado para o dia 15 de março, quando diferentes grupos irão às ruas de mais de 250 cidades do país protestar contra a presidente e uma parcela deles pedirá o seu impeachment.
Um dos grupos mais conhecidos, o Vem Pra Rua, que possui mais de 200 mil seguidores no Facebook, pede um engajamento maior da população, mas acredita que ainda não há elementos para pedir a saída da presidenta. Já o Movimento Brasil Livre (MBL), que afirma ser uma entidade apartidária que visa mobilizar os cidadãos em favor de uma sociedade mais livre, acredita que o impeachment é a solução.
O grupo Revoltosos Online também já está convocando, em sua página no Facebook, um “abre alas” para a marcha do próximo domingo. O movimento chama os internautas do Rio de Janeiro para uma manifestação nesta quarta-feira (11) e para uma paralisação nacional na sexta-feira (13).
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