Duas décadas depois, “cara-pintada” e ex-presidente partilham escândalo
Senador Lindbergh Farias está em lista de investigados junto com o colega Fernando Collor
Em dezembro de 1992, o então líder dos "caras-pintadas" Lindbergh Farias celebrava com os colegas a renúncia do presidente da República Fernando Collor, alvo de um processo de impeachment por suspeitas de corrupção. Agora, pouco mais de duas décadas depois, os antigos rivais e hoje senadores Lindbergh (PT) e Collor (PTB) partilham o mesmo escândalo, citados na lista dos investigados políticos da Operação Lava Jato.
O petista Lindbergh Farias aparece na lista como suspeito dos crimes de de corrupção passiva qualificada e de lavagem de dinheiro. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em depoimento na âmbito de seu acordo de delação premiada que Lindbergh solicitou e recebeu 2 milhões de reais para sua campanha ao Senado, em 2010.
Já Collor é suspeito de lavagem de dinheiro e evasão de dividas, baseado na suposta entrega de dinheiro pelo doleiro Alberto Youssef a ao senador do PTB, de acordo com o pedido de abertura de inquérito apresentado pela Procuradoria-Geral da República e divulgado nesta sexta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Dois anos depois da queda de Collor, em 1995, Lindbergh se valeu do capital político conseguido durante o processo de impeachment para se eleger deputado federal, cargo para o qual foi reeleito antes de comandar a prefeitura de Nova Iguaçu (RJ) por dois mandatos. Na sequência, o petista emendou se candidatou e foi eleito senador, graças, segundo o depoimento de Costa, a dinheiro proveniente da Petrobras.
Enquanto Lindbergh ascendia no mundo do poder, Collor amargava um exílio político que se encerraria apenas em 2007, quando conseguiu se eleger senador — feito que repetiu no último pleito, ao ser reeleito para representar Alagoas no Senado. foi em 2014 também que o Supremo Tribunal Federal absolveu o senador das acusações de peculato, corrupção passiva e falsidade ideológica que o levaram a renunciar à presidência da República em 1992.
Hoje do mesmo lado, tanto como base do Governo Dilma Rousseff quanto como investigados, Collor e Lindbergh, que se acostumaram nos últimos anos a conviver juntos no Parlamento e já foram até fotografados trocando amabilidades no plenário do Senado, agiram de forma parecida e preferiram o silêncio na noite de sexta-feira após a revelação dos nomes contidos na lista de Janot. Por enquanto, a defesa pública de Lindbergh coube seu partido. Em nota, o PT reafirmou apoio ao "prosseguimento das investigações" e reiterou que "todas as doações que recebe são legais e devidamente declaradas à Justiça Eleitoral".
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