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Seis partidos terão políticos investigados a pedido de Janot

Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Fernando Collor e Antonio Anastasia estão na lista do núcleo político da Lava Jato que será julgado no Supremo Tribunal Federal

Gil Alessi
Estátua da Justiça, em frente ao STF.
Estátua da Justiça, em frente ao STF.Dorivan Marinho (SCO/STF )

O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, quebrou nesta sexta-feira (6) o sigilo que pairava sobre a lista do núcleo político do caso, e anunciou a abertura de inquérito contra 54 envolvidos no caso de corrupção da Petrobras. A maioria dos nomes já havia vazado na imprensa ao longo da semana, como é o caso dos peemedebistas Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Edison Lobão, e dos petistas Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias.

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Mas a presença do ex-governador de Minas Gerais, o senador tucano Antonio Anastasia, e da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney foram surpresas na lista. Antônio Palocci, do PT, que também respondeu a processo pelo caso do mensalão, será julgado na primeira instância, em Curitiba. O líder da bancada do PP, Eduardo da Fonte, também consta na lista de Rodrigo Janot.

Os nomes foram revelados por ex funcionários da Petrobras acusados formalmente em troca de reduções de penas e por altos executivos de empreiteiras que, segundo o Ministério Público, subornaram esses funcionários para obter contratos milionários da gigantesca empresa que mais investe em obras públicas no Brasil.

O caso resvala principalmente no PMDB, principal partido de sustentação do Governo de Dilma Rousseff e no comando das duas Casas do Parlamento, e no PT, mas ainda não há clareza sobre qual seria a participação de cada um dos parlamentares que tiveram o nome divulgado hoje no suposto esquema da Petrobras. Outro destaque é o PP, partido da base aliada com grande número de implicados. Um dos principais líderes da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB), foi citado na operação Lava Jato, mas não será investigado. Janot pediu o arquivamento da apuração contra ele.

A divulgação da lista pode acirrar ainda mais a disputa de poder entre PT e PMDB. Depois do vazamento dos primeiros nomes envolvidos no esquema, na qual foram citados Eduardo Cunha, presidente da Câmara, e Renan Calheiros, presidente do Senado, as duas legendas parecem ter ficado cada vez mais distantes – Calheiros chegou a devolver para o Executivo uma Medida Provisória de Rousseff, enviada ao Congresso.

A presença do ex-governador de Minas Gerais, o senador tucano Antonio Anastasia, e da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney foram surpresas na lista

Durante a primeira etapa da Lava Jato, que implicou na prisão de quase 40 pessoas, entre doleiros, lobistas e empreiteiros, foram citados além dos nomes da lista de Janot dois políticos que já morreram, o ex-governador do Pernambuco Eduardo Campos (PSB) e o ex-senador pelo mesmo Estado Sérgio Guerra (PSDB).

Simultaneamente às investigações da Polícia Federal e ao julgamento no Supremo, a Câmara dos Deputados já instaurou a CPI da Petrobras para apurar o caso. O presidente da Comissão, Hugo Motta (PMDB-PB) anunciou que a empresa Kroll será contratada para rastrear os ativos de delatores e das construtoras envolvidas que estejam em contas no exterior.

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