Hamilton ganha seu segundo Mundial
O britânico reedita o título de 2008 depois de superar a seu colega de Mercedes, Nico Rosberg, no Gran Premio de Abu Dabi
Lewis Hamilton resolveu o dilema em menos de três segundos. Foi o tempo que precisou para ultrapassar na largada o seu colega na equipe Mercedes, Nico Rosberg, assumindo a primeira colocação numa corrida que ele dominou de ponta a ponta. Hamilton, de 29 anos, venceu em Abu Dhabi e com isso conquistou seu segundo título mundial, seis anos depois do primeiro, quando corria com a McLaren. Foi o primeiro título de pilotos da Mercedes desde 1954 e 1955, quando Juan Manuel Fangio ganhou os dois primeiros. A anunciada batalha entre os dois pilotos da Mercedes se diluiu absolutamente depois de 24 voltas, quando Rosberg sofreu uma evidente perda de potência por causa de um problema eletrônico que o impediu de continuar lutando pelo título.
Aí a batalha terminou. Enquanto Hamilton escapava de forma definitiva para sua 11ª. vitória da temporada, Rosberg via Felipe Massa eliminar uma desvantagem de oito segundos, ultrapassando-o sem nenhum problema apenas duas voltas mais tarde. Também Valteri Bottas – colega de Massa na Williams – ultrapassou o alemão algumas voltas mais tarde, sem enfrentar nenhuma resistência. Massa e Bottas completaram o pódio ao lado do campeão.
Mais tarde, a Mercedes confirmou que Rosberg havia perdido a potência dada pelo sistema ERS e por isso, desmoralizado, foi sucessivamente ultrapassado.
Hamilton, enquanto isso, se mostrava cada vez mais sólido na liderança, seguro de que, se nada falhasse, iria assegurar o seu segundo título mundial. Era o prêmio que ele esperava desde o começo da temporada, quando deixou pela primeira vez na vida a disciplina da McLaren para correr pela Mercedes. Não poderia haver desgosto maior para Ron Dennis. O chefe e sócio da McLaren havia apoiado Hamilton incondicionalmente desde que o piloto tinha 13 anos. Na época do kart, quando já duelava com Rosberg por títulos, o pai do alemão, o ex-piloto Keke Rosberg, afirmou: “Aqui há bons pilotos, mas só dois chegarão à F-1. Lewis porque tem o apoio de Dennis, e Nico porque é meu filho”. Seus duelos se foram reproduzindo nas diversas categorias pelas quais passaram juntos. Até este ano na F-1, quando ambos contavam com o melhor carro do grid.
Depois de ser campeão da GP2, Hamilton estreou na F-1 em 2007, ao volante de uma McLaren e dividindo equipe com Fernando Alonso. Era difícil, mas ele já estava acostumado a se superar. De fato, complicou as coisas para o espanhol e, com o apoio da equipe, acabou perdendo o título na última prova – o campeão foi Kimi Raikkonen. Um ano depois, novamente apostou tudo na prova de encerramento, dessa vez contra Felipe Massa. A Ferrari já comemorava o título no Brasil, mas Hamilton fez uma última ultrapassagem que o permitiu se tornar o campeão mais jovem da história – até a chegada de Sebastian Vettel. Naquela corrida em Interlagos, provou seu talento e não deixou mais o grupo dos melhores pilotos do mundo.
Fernando Alonso, por sua vez, teve uma boa corrida. Sua largada foi brilhante, e ele saltou da oitava para a sexta colocação. Mas depois as coisas foram se complicando nas trocas de pneus, e ele ficou retido no tráfego. Mas Alonso estava decidido a encerrar de forma positiva a sua trajetória de cinco anos na Ferrari. E conseguiu. Acabou na zona de pontuação, em nono lugar, e a verdade é que não teria como ser melhor do que isso com o carro que tinha neste ano. Pelo menos se despediu superando novamente o seu colega de equipe, Kimi Raikkonen, décimo.
O mais importante para o espanhol no fim de semana, porém, foi a conversa que teve com o rei Juan Carlos, que o visitou antes da prova. Quando o aposentado monarca falou com os jornalistas, revelou que o piloto correrá mesmo pela McLaren em 2015. “Está muito contente”, disse. Terminava assim um mistério que tanto o piloto como a McLaren faziam questão de preservar. O mundo da Fórmula 1 já dá como certa a contratação de Alonso pela McLaren, mas a escuderia britânica só queria anunciá-la em dezembro.
O Mundial terminou como havia começado, com uma superioridade esmagadora da Mercedes, que só perdeu corridas quando enfrentou problemas mecânicos ou brigas entre seus dois pilotos. Rosberg dominou a primeira parte do campeonato. Mas, quando Hamilton se adaptou bem ao carro, tornou-se virtualmente imbatível. E por isso, porque é mais sólido que Rosberg, acabou ganhando sua segunda coroa mundial.
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