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Marta Suplicy é a primeira ministra a pedir demissão no Governo Dilma

Saída da titular da pasta de Cultura poderia acelerar a reforma ministerial de Dilma Mudanças seriam anunciadas depois da reunião do G-20

A ministra Marta Suplicy em Bogotá em setembro de 2014.
A ministra Marta Suplicy em Bogotá em setembro de 2014.A. C. Ovalle (EFE)

Não é com Guido Mantega, à frente do Ministério da Fazenda, mas com Marta Suplicy que as especulações sobre a reforma ministerial se aquecem. A atual ministra de Cultura – responsável pela pasta desde 2012, com a saída de Ana de Hollanda – enviou nesta terça-feira sua carta de demissão à presidenta, que se encontra no Catar, país que visita antes de participar da cúpula do G20, que acontece neste final de semana, na Austrália.

Em seu texto, Marta ressalta seus logros na área, agradece as oportunidades do cargo e, adentrando o terreno da Fazenda, afirma que espera que a presidente escolha uma equipe econômica independente e experiente para resgatar a credibilidade do Governo e garantir o crescimento do país. Mesmo tendo sido apontada como uma das defensoras do movimento “volta, Lula” no PT, o que teria fragilizado sua relação com Dilma, ela afirma que sua maior motivação para sair é voltar ao Senado, onde é representante de São Paulo até 2018. Aparentemente, Dilma foi pega de surpresa com a notícia, mas Marta não se acanhou e publicou o texto em sua página no Facebook. O movimento “volta Lula” torcia para Lula, e não Dilma, fosse a candidata do PT nesta eleição.

Com a demissão inesperada e certa tensão no ar, todo o processo de dança nas cadeiras dos ministérios poderia ser adiantado. Assim que retornasse de viagem, a presidenta tinha prometido divulgar o aguardado novo czar da Economia, em substituição a Guido Mantega, assim como os novos integrantes de sua equipe. A data esperada era o próximos dia 18.

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Mesmo antes do pedido de demissão de Marta, chamava a atenção os vários nomes que surgiram  na bolsa de apostas para o cargo de ministro de Cultura. Ela, a última pasta na lista dos presidenciáveis com seus programas de governo, parece ocupar um dos primeiros lugares no pregão do Palácio do Planalto.

Durante o pleito, o atual secretário municipal de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, atuou como coordenador da área de cultura do programa de Dilma. Fez reuniões com profissionais do setor e, especialmente por ter sido secretário-executivo do Ministério da Cultura no Governo Lula por cinco anos e também chefe da pasta, surgiu como o nome provável uma vez ganho o pleito. Com a vitória de Dilma e sem que essa possível nomeação fosse oficializada, começaram outros chutes.

Apareceu o nome do senador José Sarney, ex-presidente da República, cujo “legado” já foi elogiado pela presidenta e que, segundo um vídeo que circulou na internet no dia da apuração dos votos do segundo turno eleitoral, teria votado “45”, em Aécio Neves, apesar de ser aliado da presidenta. Pouca é a tradição em gestão cultural na trajetória de Sarney, que, como exceção, teve em seu governo (1985-1989) criada a "Lei Sarney", que até 1990 permitiu abater do imposto de renda  investimentos, doações e patrocínios na área.

Figuram também na possível lista de opções, segundo os jornais O Globo e o Estado de S. Paulo, os nomes de Ângelo Oswaldo, atual presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e ex-prefeito de Ouro Preto pelo PMDB, além de amigo pessoal de Dilma, e Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência e ex-secretário de Cultura de Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo.

A informação mais recente é que Chico César também está cotado para ser ministro. A notícia que circula é que os petistas que em 2010 sugeriram o nome de Ana de Hollanda levaram a indicação do cantor e compositor, atual secretário de Cultura da Paraíba, que seria um consenso no setor. Claro, nada é oficial. Mas as especulações sobram.

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