Sobe rejeição a Marina, mas ela ainda vai para o segundo turno
Pesquisa Datafolha aponta que 22% dos eleitores não votariam na candidata do PSB “de jeito nenhum”. Em agosto esse porcentual era de 11% Dilma se mantém na liderança, e Aécio ganha pontos da candidata socialista
“A Dilma é ruim, mas pelo menos a gente conhece. A Marina a gente não sabe como vai ser”, diz Ivonete de Araújo, que trabalha como doméstica em uma casa em São Paulo, sobre sua intenção de voto. Depois do que parecia ser uma onda avassaladora rumo à vitória da candidata Marina Silva, do PSB, as pesquisas eleitorais mostram que muitos eleitores, como Ivonete, desconfiam da capacidade da socialista para assumir a presidência da República no ano que vem. Num levantamento do instituto Datafolha, divulgado nesta sexta-feira, a candidata aparece em segundo lugar nas pesquisas, com 30% das intenções de voto, três pontos porcentuais a menos do que foi registrado na última pesquisa do instituto, entre os dias 8 e 9.
Dilma Rousseff continua na frente, com 37% das intenções, e Aécio Neves, do PSDB, passou de 15% para 17%. O que chama a atenção, no entanto, é o aumento da rejeição a Marina, ou seja, pessoas que afirmam para os entrevistadores do Datafolha que não votariam nela “de jeito nenhum”. Seu índice de rejeição chegou a 22% neste levantamento, o dobro do que ela tinha logo após a confirmação do seu nome como cabeça de chapa do PSB, em meados de agosto. Rousseff ainda é a mais rejeitada, com 33%, e Neves tem 21%. Marina, entretanto, ainda iria para o segundo turno com a presidenta Rousseff, se as eleições fossem hoje. Num eventual segundo turno entre as duas, elas ficariam empatadas tecnicamente, com uma leve vantagem para Marina (46%, contra 44% da candidata do PT).
Nada ainda é definitivo, e tudo vai depender do rumo da campanha na TV e nas ruas. Ainda faltam 16 dias para a votação em primeiro turno, e até lá, os tucanos devem se empenhar para reduzir a diferença com Marina, que hoje é de 13 pontos porcentuais. Mas já foi de 20 pontos, segundo pesquisa feita nos primeiros dias de setembro, quando Neves tinha 14% das intenções de voto e a candidata do PSB, 34%.
As entrevistas para esta pesquisa foram feitas na última quarta e quinta feira, com 5.340 pessoas 265 municípios. Marina teve queda em quase todas as regiões do país, inclusive no Sudeste, onde estão 43,4% dos eleitores. Ela perdeu quatro pontos nesses Estados (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), na comparação com o levantamento anterior.
A divulgação do programa de governo da candidata, que deveria ser um diferencial, pois os seus principais adversários ainda não detalharam as suas ações, acabou gerando alguns mal-entendidos, explorados por Dilma e Aécio. Um deles diz respeito ao que vai ser feito com a exploração das reservas do pré-sal e ainda, eventuais mudanças nas leis trabalhistas. No início da corrida eleitoral, a candidata petista e o tucano optaram por não atacar Marina. Mas, à medida que a campanha começou a esquentar, a presidenta Rousseff começou a acusar diretamente a adversária de querer mexer em áreas que poderiam afetar algumas conquistas. Forçou a mão, inclusive, em questões como a eventual independência do Banco Central, defendida pelo PSB. Na propaganda do PT, apareciam cenas de trabalhadores sem ter o que comer caso o BC fosse independente.
Neves, por sua vez, passou a provocar Marina Silva, apontando “inconsistências” nas propostas da candidata. Nada ainda é claro, uma vez que os eleitores ainda não estão 100% seguros das suas escolhas. Nesta semana, outra pesquisa do Ibope mostrou queda das intenções de voto da presidenta, e alta de quatro pontos de Aécio Neves. Num eventual segundo turno, o tempo de TV em propaganda dos dois presidenciáveis que passarem pelo crivo do eleitor no dia 5 será de 15 minutos. Hoje, Marina tem pouco mais de 2 minutos, enquanto Dilma Rousseff tem 11 minutos e 24 segundos.
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