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A geração de empregos nos EUA reanima a discussão sobre a alta dos juros

O mercado registrou 288.000 novos empregos em junho, e o índice de desemprego caiu para 6,1%

Janet Yellen, presidenta do Federal Reserve.
Janet Yellen, presidenta do Federal Reserve.Andrew Harrer (Bloomberg)

A economia dos Estados Unidos gerou 288.000 empregos em junho. O dado supera as previsões de Wall Street e os 262.000 empregos gerados no mês anterior, segundo estimativas. O índice de desemprego caiu dois décimos de ponto, para 6,1%. A boa progressão do emprego levou o índice Dow Jones a chegar aos 17.000 pontos pela primeira vez, apesar de reativar a discussão sobre a primeira alta das taxas de juros. Mas o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reitera que neste momento não há mudança de política em relação aos estímulos aplicados à economia e que está previsto que os estímulos sejam reduzidos conforme melhorem os dados econômicos.

O consenso do mercado previa a geração de 215.000 empregos. Os dados da véspera sobre o setor privado deram uma leitura de 281.000 novos empregados, a melhor desde novembro de 2012. O indicador de emprego não agrícola é o melhor desde janeiro desse ano. A interpretação é que a economia vai ganhando força após a forte contração que sofreu no primeiro trimestre. O que ainda não se sabe é se a retomada é suficientemente forte para provocar uma mudança na estratégia monetária.

Apesar do avanço nos números, o indicador de emprego continua a mostrar pontos de fraqueza. Os salários estão praticamente estagnados. O índice de participação laboral continua em 62,8% pelo terceiro mês consecutivo, no nível de três décadas e meia atrás. Há 7,5 milhões de pessoas forçadas a trabalhar em tempo parcial e dois milhões de pessoas afastadas do mercado de trabalho. Além disso, os desempregados de longo prazo somam 3,1 milhões, e o índice de jovens sem trabalho subiu para 21%.

Pequena redução no programa de estímulos

Seja como for, o índice de desemprego está no nível mais baixo desde setembro de 2008. As coisas não serão fáceis para o Federal Reserve a partir de agora. A previsão é que no final do mês o banco central reduza o programa de estímulos pela sexta vez, para deixar a compra de dívida reduzida a 25 bilhões de dólares (55,71 bilhões de reais) mensais. O objetivo é desmontar o programa até o outono e deixar uma margem de tempo antes de começar a elevar os juros.

Janet Yellen, a presidenta do banco central americano, acredita que a primeira alta dos juros pode acontecer em meados de 2015. Mas também são aventados calendários diferentes. O presidente do Fed da Filadélfia, Charles Plosser, assinalou após a última reunião que todas as regras da política monetária apontam que a alta dos juros deveria acontecer no terceiro trimestre.

Isso é muito antes do que o mercado cogita. Mas ninguém espera que aconteça enquanto o desemprego estiver acima dos 6%. O que está claro é que dentro em breve haverá uma mudança na linguagem usada pelo Fed para indicar ao mercado que o momento se aproxima. James Bullard, do Fed de St. Louis, é outro para quem, quando se olham para os indicadores, a alta dos juros está chegando perto.

Em seu caso, ele pede a Yellen que deixe de se preocupar tanto com o emprego e preste mais atenção à evolução da inflação, que ronda os 2%. O novo argumento, como expõe Jeffrey Lacker, do Fed de Richmond, é que aquilo que ainda falta ser recuperado no mercado de trabalho se deve mais a um problema estrutural, e nesse caso o Fed tem pouca margem de ação a partir de agora.

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