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Uma campanha internacional pede a libertação das garotas nigerianas

Malala, Michelle Obama e Sean Penn unem-se à pressão para que Boko Haram não venda as alunas sequestradas como escravas

Malala Yousafzai, a jovem paquistanesa que os talibãs atiraram na cabeça em 2012 por defender a educação das mulheres, declarou à rede britânica BBC que o mundo não pode se calar diante do sequestro de 223 garotas que o grupo islamista Boko Haram fez no nordeste da Nigéria no dia 14 de abril. "Se ficamos calados este fenômeno se ampliará e ocorrerá cada vez mais", declarou. Malala definiu as jovens nigerianas —que têm entre 16 e 18 anos— como "irmãs" presas por um grupo terrorista que ignora os preceitos do Islã, que pedem aos fiéis para serem tolerantes e amáveis com os demais.

Boko Haram — que significa "a educação ocidental está proibida" em housa, o idioma local— sequestrou na segunda-feira outras oito garotas e ameaçou vender as 223 jovens como escravas. O líder do grupo, Abubakar Shekau, declarou que as jovens não teriam que ter ido a uma escola, senão que deveriam ter se casado.

O sequestro provocou critica ao Governo nigeriano e uma onda de protestos em todo o país à qual se somaram famosos como Ashton Kutcher, Whoopi Goldberg, Jessica Biel, Bradley Cooper e Sean Penn. O presidente, Goodluck Jonathan, explicou no domingo passado que seu Executivo espera a ajuda dos Estados Unidos para solucionar os graves problemas de segurança que afetam ao país, o mais povoado da África com quase 170 milhões de pessoas.  O Governo buscou também a ajuda de outros países como França, Reino Unido e China, e a cooperação dos países vizinhos como Camarões, Chade, Níger e Benin, segundo disse o mesmo Jonathan: "Falamos com países dos que esperamos ajuda [...], sobretudo por parte dos EUA. Já falei com o presidente Obama". 

O presidente americano condenou o sequestro, disse estar indignado com o crime e o classificou como chocante. A primeira dama dos EUA também se uniu à campanha. Michelle Obama postou em sua conta de Twitter uma foto que a retrata com o lema da campanha internacional #BringBackOurGirls (tragam nossas garotas de volta)

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, que se encontra na Nigéria para participar do Fórum Econômico Mundial, ofereceu sua ajuda com satélites e serviços de inteligência.

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