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Helle Thorning-Schmidt: “Os líderes também se divertem”

A primeira-ministra dinamarquesa se defende da polêmica por sua foto com Obama e Cameron na homenagem a Mandela "O ambiente acabou sendo otimista", explica, "e fizemos a foto"

Isabel Ferrer
A primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt.
A primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt.CORDON PRESS

Em qualquer outro momento, a famosa foto protagonizada pela primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, seu companheiro britânico, David Cameron, e o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama (em espanhol), refletiria uma sintonia fina entre três líderes internacionais da mesma geração. Que o palco eleito seja o estádio de Soweto, em Johannesburgo, durante a homenagem ao falecido Nelson Mandela, complicou as coisas. E que a patrocinadora da foto estilo selfie, com seu próprio celular, seja uma mandatária europeia, forçou uma explicação por parte da classe política que encabeça o Governo em seu país. “Os líderes também são pessoas normais que se divertem. O ambiente acabou sendo otimista e fizemos a foto”, disse para a imprensa dinamarquesa, após aterrissar em Copenhague.

A verdade é que a cerimônia no estádio sul-africano se alongou por quatro horas e teve um caráter de semiferiado. Também é que os três demonstraram em palavras o respeito a Mandela e o momento do clique foi fugaz. O que chamou a atenção nas redes sociais são duas coisas: a facilidade com que Helle Thorning-Schmidt convenceu seus interlocutores a imortalizar-se em escala reduzida, e a crescente onda de interesse por sua vida privada que a foto desatou. Sem esquecer, claro, dos olhares de Michele Obama.

Até agora, só os dinamarqueses e britânicos sabiam que a chefa do Executivo, de 46 anos, é casada com Stephen Kinnock, filho de Neil Kinnock, antigo líder dos trabalhistas do Reino Unido entre 1983 e 1992. Cameron, que teve de dar explicações na quarta-feira no Parlamento britânico, justificou os fatos por esse lado. “Estava sendo amável com a família Kinnock”, disse, apesar das diferenças de estilo entre trabalhistas e social-democratas dinamarqueses. A foto avivou assim mesmo a curiosidade a respeito do casal.

Licenciada em Políticas, Helle conheceu seu marido no Colégio da Europa, na localidade belga de Bruxelas, e tem duas filhas. Ele residiu durante anos em Davos (Suíça), enquanto dirigia o Foro Econômico Mundial (Fem). Um acordo vital que provocou atrito com o fisco dinamarquês. Ela podia reduzir os impostos da hipoteca de sua casa em Copenhague por ser casada com um não residente.  Bem mais rumorosa foi a suposta homossexualidade de seu marido, que circulou na imprensa dinamarquesa logo após Helle se eleger, em 2011. “É grotesco e doloroso ouvir falar assim de nós", disse ela. Seu gosto por roupas e bolsas de luxo também foi objeto de críticas em seu país. 

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