O Papa institui uma comissão para lutar contra a pedofilia
Nova instância terá que relatar ao pontífice o estado atual das vítimas e estabelecer regras sobre a prevenção e o castigo dos crimes que se cometam no mundo todo
O Grande Conselho do Papa começa a inspirar decisões. Francisco vai criar uma comissão para a proteção dos menores, aceitando a proposta dos oito cardeais que elegeu para assessorar no Governo da Igreja e a reforma da Cúria romana, e que estão reunidos em Roma desde a terça-feira. “A comissão terá que aconselhar o Pontífice para cumprir o compromisso da Santa Sede de proteger os meninos e garantir atenção pastoral às vítimas de abusos sexuais”, anunciou, durante uma coletiva, o cardeal Sejam Patrick Ou’Malley, membro do G-8 vaticano e arcebispo de Boston (EUA), uma das dioceses que mais se empenhou em encontrar uma solução para os casos dos padres pedófilos.
Trata-se de “uma decisão coerente”, conforme definiu o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, embora esteja ainda por ser concretizada: não se conhecem nem a agenda, nem a composição, nem a metodologia deste novo grupo de conselheiros. “Todos os cardeais estavam entusiasmados com a ideia quando ela surgiu durante o debate de ontem. O Santo Pai a aceitou e quis que contássemos para vocês em seguida, mas os detalhes práticos, ele terá que estudá-los e fechá-los mais adiante”, contou Ou’Malley, tão comprometido com a proposta, que saiu para anunciar à imprensa em um encontro inédito, já que os Oito trabalharam até o momento com muita discrição. É um sinal de que o Vaticano quer dar um passo adiante, inequívoco e rápido, nesta luta, “seguindo com determinação o caminho empreendido por Bento XVI”, disse o cardeal que apareceu como sempre com sua túnica marrom de frei franciscano.
A comissão terá que informar a Francisco o estado atual das vítimas e estabelecer regras sobre a prevenção e o castigo dos crimes no mundo todo. Ou'Malley sugeriu algumas medidas: dispor de cursos de formação para aqueles que trabalham com menores —“Em Boston deram resultados importantes; foram muito úteis para reconhecer as vítimas de forma rápida, por exemplo”—, estudar os precedentes penais dos que cuidam dos meninos e controlar a idoneidade dos que assumem esta tarefa, além de denunciar os delitos às autoridades civis e aos bispos, colaborar com a justiça e oferecer apoio psicológico às vítimas e aos agressores. A Comissão deve, definitivamente, fixar um protocolo que garanta um “ambiente de segurança” para os meninos, resumiu o cardeal.
Não se sabe quantas pessoas vão compor este novo grupo que vai trabalhar com o papa Francisco. Ou’Malley disse que os membros chegarão de diferentes países. Haverá, entre eles, experientes laicos e podem ser uma dúzia. Para os detalhes definitivos, será preciso esperar a emissão de um documento oficial de Bergoglio.
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