O museu brasileiro IMS dedica uma exposição a Madalena Schwartz, que fotografou a diversidade sexual no Brasil dos piores anos da ditadura. Completam a amostra revistas e filmes que ilustram o contexto histórico no Brasil e fotografias da cena trans em outros países latino-americanos
Ney Matogrosso fotografado por Madalena Schwartz nos anos setenta. O retrato faz parte da exposição “As Metamorfoses”, inaugurada em 9 de fevereiro na filial paulistana do Instituto Moreira Salles (avenida Paulista, 2.424).Madalena SchwartzVisitantes na amostra 'As metamorfoses', que reúne no IMS de São Paulo 112 retratos de travestis e transformistas realizados por Madalena Schwartz, junto a dezenas de objetos que ilustram o contexto histórico e o regional. Entrada gratuita, mediante agendamento prévio para a exposição, que segue protocolos rígidos de combate à covid-19.LELA BELTRÃOUm dos retratos das travestis e transformistas que Madalena Schwartz fez nos anos setenta em um estúdio no apartamento que compartilhava com seu marido. A artista, nascida na Hungria há um século, só começou a tirar fotos aos 45 anos.Madalena SchwartzFotografia de São Paulo, com destaque para o edifício Copan, desenhado pelo arquiteto Óscar Niemeyer e ainda uma das construções mais emblemáticos do centro da cidade. A fotógrafa e seu esposo viviam ali, onde também tinham um estúdio. A tinturaria-lavanderia da família ficava na região, que era habitada por intelectuais, boêmios, gente de teatro e vedetes.Madalena SchwartzRetrato de um casal trans realizado pela fotógrafa Madalena Schwartz na São Paulo dos anos setenta e incluída na amostra que o IMS dedica à artista nessa mesma cidade, uma das mais perigosas do mundo para os transsexuais.Madalena SchwartzUm dos 112 retratos realizados pela fotógrafa, a maioria em branco e preto, onde explora a iluminação e o contraste. Na época, foi qualificada como a primeira dama do retrato no país.Madalena SchwartzA exposição 'As metamorfoses' inclui obras que retratam a cena travesti em outros países da América Latina nos anos setenta. Da Argentina à Venezuela. Esta imagem pertence ao arquivo Quiwa da Bolívia.Madalena SchwartzUma das travestis retratadas por Madalena Schwartz em um projeto que começou em 1971. A exposição no IMS acontece em meio a reivindicações dos direitos trans, que, apesar dos avanços recentes, ainda sofrem com ataques e discurso de intolerância, até mesmo do Governo brasileiro.Madalena SchwartzUma das fotos incluídas na exposição ‘As Metamorfoses’, recém-inaugurada em São Paulo. Diversas modelos que posaram para os retratos que a fotógrafa Madalena Schwartz, uma imigrante nascida em 1921 na Hungria, fez nos anos setenta na metrópole brasileira.Madalena SchwartzUm dos poucos retratos coloridos tirados por Madalena Schwartz.Madalena SchwartzVisitantes na exposição ‘As Metamorfoses’, que reúne no IMS de São Paulo 112 retratos de travestis feitos por Madalena Schwartz, junto a dezenas de objetos que ilustram o contexto histórico e o regional. A exposição pode ser visitada com normas da pandemia, que incluem reservar hora com antecedência.LELA BELTRÃOUma das fotografias incluídas na amostra para explicar o contexto regional, a cena travesti latino-americana nos anos setenta e oitenta. A imagem pertence à série 'As Libertadoras' do venezuelano Basco Szinetar sobre as travestis que se prostituíam na avenida Libertadores em Caracas.Madalena Schwartz“Não somos homem, nem mulher, nós somos gente”, diz o grupo de teatro "andrógino" Dzi Croquette, que atuou de 1972 a 1976, em plena ditadura no Brasil na reportagem da publicação. A revista faz parte do material complementar da exposição dos retratos da fotógrafa Madalena Schwartz.LELA BELTRÃOUma das publicações brasileiras incluídas na exposição sobre Madalena Schwartz para explicar o contexto histórico, cultural e político no qual a fotógrafa realizou sua série de retratos.LELA BELTRÃOImagem de 'O Lampião da Esquina', um jornal irreverente dirigido a leitores homossexuais que circulou em São Paulo no final dos anos setenta e princípio dos oitenta.LELA BELTRÃOCasal contemplava, na quarta-feira passada, algumas das publicações incluídas na exposição do IMS para ilustrar o contexto histórico dos retratos de Schwartz.LELA BELTRÃO