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Como a mudança climática nos afeta, segundo um relatório do Greenpeace Ondas de calor, fenômenos meteorológicos extremos, espécies invasoras ou intensificação de doenças... A organização ecológica analisa como esses fenômenos nos afetam A mudança climática aumenta o aparecimento de espécies invasoras, como o mejillón zebra, o mosquito tigre ou a proliferação de medusas. O mejillón zebra ('Dreissena polymorpha'), originário do Mar Negro, está-se propagando rapidamente no Ebro desde que detectou-se pela primeira vez em 2001, ameaçando sua ecossistema. Greenpeace / Pedro Armestre Segundo o climatólogo Jonathan Gómez Cantero, “a primavera de 2018 foi em alguns pontos a mais chuvosa jamais registrada, embora é difícil saber se as inundações a causa a mudança climática ou que nos últimos anos se foram ocupando urbanísticamente mais zonas inundables. Vê-se uma dualidade, muita chuva em muito pouco tempo em praticamente toda a faixa costeira do Mediterrâneo. No terço norte peninsular inclusive aumentou a incidência de chuva, acumulam mais litros ao ano, e neste caso é por outro fenômeno a cada vez mais recorrente: borrascas intensas. São fenômenos que podem deixar precipitações muito abundantes (devido a fenômenos extremos) e que provoca recordes de altura de ondas de mar. Suas consequências podem ser visto pelos danos ocasionados no litoral”. Greenpeace Handout/ Pedro Armestre Os lumes e a fumaça elevam-se durante um incêndio florestal em Lousame, cerca da Corunha, o 30 de agosto de 2013. O acréscimo da temperatura média e a diminuição das precipitações criarão o caldo de cultivo ideal para os incêndios florestais, especialmente nas zonas de alta montanha. Nos últimos anos já se está apreciando como os incêndios superam com maior frequência as 500 hectares (os denominados Grandes Incêndios Florestais) e são mais virulentos e difíceis de combater. Greenpeace Handout/ Pedro Armestre Os estudos científicos assinalam que a mudança climática transformará o regime de incêndios nos próximos anos, provocando fenômenos mais intensos e uma desflorestação maior pela diminuição da capacidade de recuperação dos bosques mediterrâneos. Espanha é propensa aos incêndios florestais em verão devido às altas temperaturas, os fortes ventos e a vegetação seca. No ano passado, os incêndios florestais destruíram umas 150.000 hectares de terra de janeiro a julho, após um dos invernos mais secos que se tenham registrado. Chove um 25% menos que nos anos 50 –de 16 a 12 triliões de litros– ao mesmo tempo que se produz um “ligeiro acréscimo da temperatura média, que passou de cinco graus a mais de oito”. Greenpeace / Pedro Armestre Um dos efeitos mais evidentes da mudança climática é a intensificação dos períodos de seca e suas consequências sobre as cuencas dos rios espanhóis. Sete das dez cuencas hidrográficas com maior stress hídrico (seca crônica) de toda Europa se encontram em Espanha. Um problema que poderia ser acrescentado no futuro. Greenpeace considera imprescindível mudar o modo no que administramos os recursos naturais: modificar a política hidráulica para uma focagem integrada no gerenciamento da demanda, implicando a todos os setores demandantes de água e tendo em conta os volumes ecológicos; e perseguir a sobreexplotación e a contaminação dos recursos hídricos, a proliferação de poços ilegais e o mau uso da água. Greenpeace Handout/ Pedro Armestre A expansão do tijolo pela costa nos últimos 30 anos provocou a degradação dos benefícios ambientais que proporciona um litoral em bom estado. A capacidade de amortiguación de inundações das ecossistemas costeiros diminuiu um 10,6% em Espanha desde 2005. A urbanização em massa da primeira linha de costa fará com que numerosos pontos do litoral espanhol vejam-se afetados. Greenpeace/ Pedro Armestre Um bombeiro passa junto às árvores queimadas durante um incêndio florestal em Tabuyo do Monte, cerca de León, Espanha, na terça-feira 21 de agosto de 2012. Dispersaram-se 500 soldados para ajudar a combater um incêndio florestal que as autoridades acham que queimou 80 quilômetros quadrados. A mudança climática é uma das principais causas dos incêndios: ao descer as precipitações, o chão se agosta. A cada vez produzem-se incêndios mais intensos, que ultrapassam os esforços das equipes de extinção. A própria seca e as temperaturas extremas modificam a composição da massa florestal fazendo com que arda mais rápido. O abandono da vegetação gera um palco perfeito para a propagación dos lumes. Greenpeace Handout/ Pedro Armestre Espanha é um país muito vulnerável à desertificação. Um 20% do terreno já pode ser considerado desértico e, se não se tomam medidas urgentemente, essa superfície árida seguirá crescendo. Segundo os experientes, o 75% do chão da Península é suscetível de sofrer desertificação. Greenpeace lembra que a sobreexplotación dos recursos hídricos, as más práticas agrárias em zonas de pendente, o sobrepastoreo, a agricultura intensiva e a urbanização irracional são também responsáveis por esta situação. Greenpeace / Pedro Armestre Os sistemas costeiros experimentarão episódios de inundação e erosão devido à subida do nível do mar e às mudanças na direção e intensidade do oleaje. Com isso, muitas praias de Cantabria e do País Basco poderiam ficar sem areia. Grandes núcleos habitados em Espanha situam-se na costa, pelo que cidades como A Corunha, Gijón ou San Sebastián, por citar tão só algumas delas, se enfrentarão ao afundamento de parte de suas ruas. Durante a segunda metade do século, estima-se que mais de 200 hectares de terreno na costa de Biscaia se encontrarão em risco de inundação. Greenpeace/ Pedro Armestre O acréscimo da temperatura global, sócio à mudança climática, trará deshielo continental, o acréscimo das temperaturas da água marinha e, com isso, a subida do nível do mar. Espanha, devido à grande quantidade de quilômetros de costa que tem, pode ser visto especialmente afetada por este fenômeno. Na costa espanhola, espera-se uma subida dentre 10 e 68 centímetros para final de século. As zonas mais vulneráveis serão os deltas e as praias. Isto causará perdas de um número importante de praias e boa parte das zonas baixas costeiras se inundarão –especialmente, deltas do Ebro e Llobregat, Manga do Mar Menor e costa de Doñana–. Greenpeace/ Pedro Armestre A tropicalización dos oceanos implica um maior índice de evaporação e, por tanto, um acréscimo da nubosidad, o que facilita a formação de fortes tormentas e outros fenômenos meteorológicos. As inundações aumentaram já sua frequência e voracidad nos últimos anos como consequência da mudança climática. E seguirão fazendo-o. Terá mais ondas de calor ou mais verões sofocantes com noites tórridas e um acréscimo das precipitações de caráter torrencial. Greenpeace / Pedro Armestre O acréscimo de 1,5 graus da temperatura depararía um maior incremento do calor extremo, as chuvas torrenciais e a probabilidade de secas a cada vez mais prolongadas. Os invernos mais úmidos e um mar mais quente aumentarão o risco de inundações súbitas no Mediterrâneo. Greenpeace / Pedro Armestre A mudança climática está acabando com os últimos glaciares de Espanha. Na zona pirenaica perderam-se já mais de 80% e para 2050 poderiam desaparecer irreversiblemente. Segundo o Instituto Pirenaico de Ecologia (CSIC), o glaciar de Monte Perdido reduziu em media em cinco metros sua grossura nas últimas décadas, embora há pontos nos que são até 14 metros menos. Isto se soma a uma perda global de uns 50 metros entre 1980 e 2010 em todas as neves perpétuas de Pirineos. Os estudos documentaram que dos 52 glaciares que tinha em 1850 desapareceram já 33, a maioria deles após 1980. “Os Pirineos na única serrania em todo o planeta onde a extinção de seu gelo glaciar se produzirá em uma única geração, a nossa”, afirma Jordi Camins, experiente em glaciología e membro do GECCC (Grupo de Experientes em Mudança Climático de Catalunha). Greenpeace Handout/ Pablo Blázquez Embora o acréscimo de temperaturas é algo generalizado, a latitude na que se situa Espanha a faz especialmente vulnerável a ser atingida pelo aquecimento global com um acréscimo significativo. Os estudos apontam a ondas de calor mais intensas e duradouras. 2011, 2014, 2015 e 2017 foram nos anos mais calurosos da história de nosso país, todos na última década. Greenpeace Handout/ Pedro Armestre Imagem aérea do incêndio de Coín em Málaga. 2017 superou a média da última década: maior número de incêndios florestais, de superfície afetada e de grandes incêndios. Em um contexto de mudança climático e de população separada do bosque, os grandes incêndios florestais converteram-se em uma prioridade ambiental e em um problema de segurança nacional de primeiro nível. Greenpeace Handout/ Pedro Armestre “Existem evidências palpables de que há desertificação, não só em base a modelos científicos senão que já se está vendo no campo, nos cultivos, nos bosques… Se espera uma redução progressiva de precipitações que se vai somar a uma maior evapotranspiración, até chegar a fenômenos extremos como longas ondas de calor. De fato, em números, pode ser dito que mais de 20% do território da península Ibérica já é um deserto”, explica David Vieites, diretor do departamento de Mudança Global Centro Superior Investigações Científicas (CSIC). Greenpeace / Pedro Armestre A mudança climática gera alterações nas ecossistemas e risco de desaparecimento de flora e fauna autóctona. O Painel Intergubernamental sobre Mudança Climática de Nações Unidas (IPCC) assinala que das espécies que se estudaram, ao redor de 50% já se viram afetadas pela mudança climática. Espanha não está alheia a essa problemática. Um dos danos colaterales do desaparecimento das abejas se encontra na agricultura. O 70% dos principais cultivos em Espanha depende da polinização de insetos, como as abejas, mas as populações destes animais têm decrecido neste século devido à mudança climática e outros fatores, entre eles o uso de neonicotinoides ou a expansão de depredadores como a vespa asiática e o abejaruco. Greenpeace / Pedro Armestre As mudanças no meio (como o aquecimento da água) fazem com que espécies não autóctonas encontrem condições ótimas para se estabelecer. Por exemplo, o acréscimo da temperatura da água disparou as taxas de mortalidade de 'Posidonia oceanica', provocando mudanças generalizados na distribuição de muitas espécies que favorecem o desenvolvimento de espécies invasoras. Greenpeace Handout/ Pedro Armestre A estação de esquí de Navacerrada, cerca de Madri, encontra-se de maneira incomum sem neve a começos de janeiro. Enquanto Espanha abrasa-se em verão, os invernos são a cada vez mais cálidos. Um estudo do Grupo de Meteorologia da Universidade de Cantabria (UC) “põe em cifras o que até agora não passava de ser um comentário repetido inverno depois de inverno: a cada ano nieva menos no norte de Espanha, seja qual seja a altitude”. Concretamente, um menos 60% em inverno –oito dias– e um menos 50% em primavera –quase quatro– que a princípios de século. Assim, os entre cinco e oito milhões de litros de neve que caíam em suas cimeiras nos anos sessenta e setenta se reduziram na última década a 2,65. Greenpeace Handout/ Pedro Armestre Desde 1975, a duração das ondas de calor foi em acréscimo em Espanha. Em 2015 sofreu-se uma onda de calor de 26 dias de duração. Se não se reduzem as emissões de gases de efeito invernadero, no ano 2100 as ondas de calor poderiam durar até três meses. Para esse ano, a comunidade científica pronostica um acréscimo da temperatura média estacional em Espanha, que será máximo no trimestre de junho, julho e agosto, com 5,41 graus mais em media. De igual forma, prediz-se um incremento dos eventos de temperaturas elevadas, superiores aos 30 graus, especialmente em zonas do sul peninsular. Greenpeace Handout/ Ángel Navarrete